Especialistas alertam para riscos do alisamento de cabelo em crianças

@TEAM.MANNING

Anvisa não recomenda uso de produtos alisantes em menores de 12 anos.

Sonho do cabelo liso pode terminar em reações alérgicas graves.

DO G1 

@TEAM.MANNING

A moda de alisar o cabelo chegou às crianças, que cada vez mais aderem às diversas técnicas disponíveis em salões de beleza, como alisamento, escovas progressivas e as chamadas chapinhas.

Mas especialistas alertam para os riscos do uso de produtos químicos em menores de 12 anos.”Meu sonho era ter o cabelo liso”, afirma Vitor, de 7 anos, filho de Edson da dupla sertaneja Edson e Hudson. “Na hora que acordava ficava assim o cabelo, parecendo um leão sem cortar a juba”, conta Vitor.

Ele não gostava de ter cachinhos e resolveu seguir os passos da irmã, Vitória, de 9 anos, que já fez alisamento, escova progressiva e de chocolate. Antes de submeter os cabelos dos filhos a alisamento, os pais de Vitor e Vitória dizem que consultaram o pediatra e realizaram testes de alergia.

Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regula a comercialização de cosméticos, alerta que o uso de produtos alisantes não é recomendado para crianças. Portanto, os profissionais que aplicam esse tipo de produto devem ser treinados e informados de que a química utilizada não é indicada para menores de 12 anos.

“O fio de cabelo de uma criança é menos resistente e acaba absorvendo mais aquela substância e tendo uma reação alérgica maior que de uma pessoa adulta”, diz a dermatologista Jackeline Mota.

Reação alérgica

Para a estudante Nayara Moraes, de 11 anos, o sonho do cabelo liso terminou em um posto médico, com feridas na cabeça e falta de ar. “Eu via as minhas amigas bonitas, então fui no embalo delas”, conta a menina.

Mas ao realizar o alisamento, em um salão de beleza, Nayara começou a sentir ardência nos olhos, sensação de queimadura no couro cabeludo e dificuldade para respirar. Ela foi levada a um posto médico, onde, segundo sua mãe, Eliege Moraes, o médico diagnosticou uma dermatite alérgica, tipo de inflamação que pode causar feridas.

O advogado da cabelereira envolvida, Marco Antônio Carriel, afirma que Nayara já teria chegado ao salão com feridas na cabeça. “Quem pediu realmente para fazer o tratamento, independentemente da ferida, foi a mãe”, diz o advogado, que afirma que o produto utilizado era “fraco” e “compatível” com a idade da cliente.

A engenheira química Patrícia Toscani alerta que não existe produto fraco para alisamento em crianças. “Esse produto é forte, porque tem que mudar a estrutura do fio do cabelo. Por isso, a Anvisa não permite a liberação de aplicação de produto nenhum em crianças”, afirma a engenheira química.

 

-+=
Sair da versão mobile