Esperanza Spalding traz jazz inventivo

FONTEPor Carlos Calado, da Folha de São Paulo 
Credit: Aaron Gilbert/MediaPunch/IPX

Desde o ano passado, quando lançou o elogiado CD “Esperanza”, a contrabaixista e cantora norte-americana Esperanza Spalding, 25, vem roubando a cena em clubes e festivais de jazz pelo mundo, como o último Tim Festival, no Brasil, ou o recente festival de Nova Orleans (EUA).

Os paulistanos que ainda desconhecem suas inventivas misturas de jazz, soul, música brasileira e ritmos afro-cubanos podem conferir o talento de Esperanza hoje à noite, no Via Funchal. Ela abre o show do guitarrista e cantor George Benson, em um tributo ao mestre do jazz Nat “King” Cole (1919-1965).

“Só de pensar que vou dividir o palco com George Benson fico emocionada. Ele sempre foi uma fonte de inspiração para mim, até porque toca e canta”, diz a instrumentista e compositora, que também inclui Nat Cole entre os músicos que a influenciaram.

Precoce, Esperanza se destacou aos 20 anos, como a mais jovem professora da conceituada Berklee College. Apesar de o universo do jazz ainda ser predominantemente masculino, ela diz que já não enfrenta mais resistência para ser aceita pelos colegas.

“Até uns três anos atrás, o jogo era diferente, mas isso mudou. Também venho do mundo da música clássica, onde a ideia de uma mulher tocando baixo acústico já não é algo tão diferente assim. Minha experiência mostrou que as pessoas só me levaram a sério depois de me ouvirem tocar.

E por que teria de ser diferente? Se você mostra que é sério e verdadeiro em relação à música, todos vão te tratar como merece”, comenta.

Já preparando um novo álbum, ela revela que tem trabalhado com duas formações.

“Uma é um conjunto de cordas focado em minha ligação com o jazz e com a música clássica e de vanguarda. A outra é uma banda mais ligada ao pop, ao soul ou mesmo ao rock, além do jazz. Fazer algo assim é a realização de um sonho para uma compositora”.

Isso quer dizer que a instrumentista não corre o risco de se tornar somente cantora? “Tocar e cantar são partes iguais de minha expressão musical. Talvez exista um dia em que eu apenas cante, somente toque contrabaixo ou só componha, mas esses lados são igualmente importantes para mim”, diz.

 

 

 

-+=
Sair da versão mobile