Depois de um longo processo de desenvolvimento, debates, estudos e rejeição, enfim a lei que permite o uso de maconha para o tratamento do autismo foi aprovada no estado do Colorado, nos EUA, e assinada pelo governador Jared Polis. Antes, porém, um outro projeto similar havia sido engavetado pelo governador anterior, John Hickenlooper, que não se via convencido cientificamente do benefício do tratamento para crianças autistas. Antes de ser eleito, porém, durante sua campanha, Polis já afirmava que assinaria a lei caso se tornasse governador.
Por Vitor Paiva, Do Hypeness
Para além da legislação específica, já era fato conhecido que famílias residentes no Colorado – estado onde a maconha é legalizada tanto para uso recreativo quanto medicinal – vinham tratando seus filhos autistas com a planta. E a alegação do governador anterior de quem não conhecia pesquisas que comprovassem o efeito positivo do uso da maconha sobre os pacientes não nega o fato de que tais pesquisas existem em diversos países – Chile e Israel já realizaram vastos estudos sobre o tema, comprovando efeitos positivos, e o Departamento de Defesa dos EUA já encomendou vasta pesquisa sobre.
Outros estados, como Rhode Island e Iowa, já incluíram o autismo entre as condições cujo uso da maconha medicinal é permitido.
Para assegurar o rigor do processo até que uma criança tenha acesso à planta, à lei original foi acrescida uma emenda, exigindo que dois médicos recomendem o uso – um diagnosticando a condição, e outro para efetivamente receitar a maconha. Militantes e familiares afirmam que a demora para aprovação da lei acabou por melhorar suas condições – expandindo ainda mais o acesso ao tratamento e oferecendo melhores possibilidades para os pacientes.