Evento lança a Marcha das Mulheres Negras 2015 no estado de São Paulo

O processo de mobilização para a Marcha Nacional das Mulheres Negras 2015, programada para o dia 13 de maio do próximo ano, em Brasília, já começou em São Paulo. Marcando mais um dia de luta, o lançamento oficial da marcha no estado ocorreu em 25 de julho, data em que se comemoram o Dia Interncaional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Cerca de 100 pessoas participaram do evento marcado pela expressiva presença de mulheres negras, homens e da juventude.

por Semayat Oliveira

Homenageando o centenário de Carolina Maria de Jesus, as articuladoras da marcha em São Paulo apresentaram conquistas e revoluções travadas a partir de 1914, ano de nascimento de Carolina, até 2014 em uma linha do tempo. O objetivo foi resgatar o histórico de luta, resistência e fortificar a necessidade de continuarmos na busca de visibilidade, reconhecimento e o rompimento das barreiras racistas e sociais que mantém as mulheres negras em um cenário de violência e à margem dos direitos.

“Convocamos todas as forças do movimento de mulheres negras do Estado de São Paulo, partidos, sindicatos e centrais sindicais, ONGs, movimentos religiosos, movimentos populares, organizações estudantis de mulheres e de juventude para juntos construirmos a Marcha das Mulheres Negras 2015, momento importante da luta por um Brasil com soberania, com desenvolvimento social e econômico, sem racismo, discriminação, lesbofobia, machismo e intolerância religiosa”, diz o manifesto estadual da marcha que apresenta os motivos que levarão as mulheres negras para as ruas novamente, vinte anos depois da histórica Marcha Zumbi dos Palmares – contra o Racismo, pela Igualdade e a Vida, realizada em 20 de novembro de 1995, com a participação de 30 mil pessoas.

sp80-300x168Kika Silva, que integra o núcleo impulsor nacional representando o estado de São Paulo, reforçou em sua fala o quanto a capital paulista é importante para o ato e destacou o trabalho coletivo. “Todas nós somos a marcha. Precisamos trabalhar juntas nessa construção, definir quantas queremos ser – a partir de São Paulo – no dia 13 em Brasília e encontrar formas de atingir esse objetivo.”

A deputada federal Janete Pietá (PT) e a deputada estadual Leci Brandão (PcdoB) compareceram ao evento e reforçaram o insistente quadro de desigualdade e de violência presente no cotidiano deste público. “É muito importante que o coletivo de pessoas que está aqui nesta noite se divida para a organização da marcha em outras cidades de São Paulo, para articular as mulheres de outras regiões”, ressaltou Janete. “Pelo fim do racismo institucional que nos trata como se não fossemos ninguém. Chega!”, exclamou a deputada.

Leci Brandão reforçou a necessidade de aumentar o número de mulheres negras em condição de poder político e a real abertura de desenvolvimento de campanha para aquelas que já conquistaram espaço. “Sou a segunda mulher negra a ocupar um lugar na Assembleia Legislativa de São Paulo. Além de mais reprsentantes, precisamos de condições para exercer nosso papel com dignidade e igualdade.”

A Marcha foi idealizada em Salvador, Bahia, no Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes, de 16 a 20 de novembro de 2011. A intenção é reunir o máximo de organizações de mulheres negras, outras frentes do Movimento Negro e organizações de mulheres não negras que apoiem a equidade sócio-racial e de gênero.

Declare seu apoio a esta mobilização usando a hashtag #Marcha2015MulheresNegras nas redes sociais.

Fonte:2015 Marcha Mulheres Negras

 

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