Exposição na Biblioteca Parque do Rio lembra trajetória de Martin Luther King

FONTEPor Akemi Nitahara, da Agência Brasil
A mostra itinerante Martin Luther King – Legado & Inspiração fica em cartaz até 31 de março, na Biblioteca Parque Estadual (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A mostra itinerante Martin Luther King – Legado & Inspiração foi inaugurada hoje (18) na Biblioteca Parque Estadual, na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro,onde fica até o dia 31 de março. São 15 painéis com fotos e textos que lembram a história de um dos principais ativistas do mundo na luta pelos direitos civis para os negros. Nascido em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1929, ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1964 pelo combate à desigualdade racial por meio da não violência e do amor ao próximo.

Após a abertura, foi exibido o documentário Freedom Riders, sobre a história da luta dos negros americanos por direitos civis, seguida de debate. Para a secretária de Estado de Cultura, Eva Doris Rosental, a principal mensagem da exposição é a luta contra a intolerância e o racismo.

“São questões, infelizmente, ainda muito presentes na nossa sociedade, não só a brasileira, mas no mundo atual. Tantas guerras que se vive e a gente ainda vislumbra e sente na pele, na carne, ranços de um racismo, de uma intolerância muito grande; então, nós temos sempre que ficar atentos, gritar contra isso. E uma exposição como essa é uma oportunidade ímpar, porque as bibliotecas têm como público-alvo os estudantes, as famílias; então, quanto mais a gente conseguir debater, melhor”.

Após a biblioteca Parque do centro, a mostra será levada também para as unidades de Manguinhos e da Rocinha. Segundo a secretária, será uma ótima oportunidade para debater a questão nas comunidades.

“Vai ser mais importante, mais emblemático, porque nós sabemos que 90% das populações nas nossas favelas são negras; então, a gente precisa discutir essa questão com todos. A secretaria tem um compromisso orgânico, visceral na luta contra qualquer tipo de preconceito. Nós temos uma preocupação muito grande com a inclusão da cultura indígena, da cultura negra, da cultura popular, de todos aqueles segmentos que não fazem parte da cultura dita sofisticada, dita principal. São culturas extremamente importantes, que são fundamentais na constituição da nossa cultura, do nosso ser, da nossa constituição como cidadãos”.

A mostra foi trazida pelo Consulado Geral dos Estados Unidos, que também doou livros em inglês para o acervo da biblioteca. Segundo o cônsul James Story, o objetivo da exposição é divulgar informações e  mostrar as semelhanças culturais existentes entre Brasil e Estados Unidos.

“No consulado, temos um grupo que trabalha só as questões culturais, que trazem palestrantes, grupos musicais e também esse tipo de mostra. Temos essa parceria com a Secretaria de Cultura para colocar nos melhores lugares da cidade e realmente a Biblioteca Parque é um deles. Duas mil pessoas por dia passam aqui. Nos dá uma oportunidade de divulgar informação, porque chama a atenção a semelhança que temos entre os Estados Unidos e o Brasil”.

A designer Andressa Lemos, que faz um trabalho com pessoas em situação de rua em parceria com a Biblioteca Parque (http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-01/pais-corre-o-ris…), foi convidada para a abertura da mostra e diz que o tema que trabalha tem muita relação com o líder negro.

“Martin Luther King tem muito a ver com o que a gente está trabalhando aqui dentro da biblioteca O debate [sobre discriminação] é necessário, aqui, onde as pessoas que circulam são de diferentes classes, de diferentes lugares. Então, é uma discussão que vai incomodar uns e vai agradar outros. Mas até o incômodo pode ser bom para nós nessa briga”.

Martin Luther King Jr. era pastor protestante e ativista político. Entre seus atos, liderou o boicote aos ônibus de Montgomery, no estado do Alabama, contra a segregação racial, em 1955; fundou a Conferência da Liderança Cristã do Sul, em 1957, que lutou pelos direitos civis, e liderou a Marcha sobre Washinton, em 1963, onde fez o famoso discurso “I Have a Dream” (Eu Tenho um Sonho). Foi assassinado em abril de 1968, em Memphis por um extremista branco, James Earl Ray.

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