A marca de roupas Farm apresentou a sua nova coleção inspirada na cultura negra para o inverno 2015, Black Retrô. Segundo a diretora criativa, Katia Barros, a coleção foi pensada numa forma de reconhecimento à cultura negra que faz parte da história do Brasil. “A coleção foi pensada sobretudo pra reconhecer a beleza e a elegância da cultura negra. A ideia de trazer o retrô dentro da cultura black é resgatar a elegância do passado, é um resgate à memória”.
Os responsáveis pelos cliques foram os fotógrafos Raphael Lucena e Carol Wehrs, que retrataram verdadeiras obras de arte. Parte da coleção foi fotografada nos Lençóis Maranhenses. “Lençóis trouxe uma estética de arte e fotografia muito precisa nessa campanha, além disso, o lugar tem uma natureza exuberante e uma paisagem que muitas vezes fica monocromática, pois podemos ver só o branco da areia ou o azul do céu e das águas, diferentes visões que fazem toda a diferença”, explica Katia e Carlos, diretor de branding.
Para a Black Retrô, a Farm alega que sentiu a necessidade de fazer uma coleção com a temática África desde que fizeram sua primeira viagem de pesquisa para o continente. Mas afinal, o que é a África? Quais países foram visitados, qual é a peculiaridade de cada cultura em que entraram em contato? Tratar a África como um só país não é só um erro das marcas de roupas, mas esse conceito de uma África distante e única é amplamente utilizado em editoriais de moda. Para a estudante de Arquitetura e Urbanismo da PUC de Campinas, Stephanie Ribeiro, é um absurdo a maneira como retratam um continente tão rico e diverso como África. “O negro em geral, no Brasil ou no continente Africano, ele tem sempre uma história única e consequentemente só é representado quando é interessante em determinado contexto”, critica.