Flip 2018: 2º dia tem debates sobre violência contra a mulher, feminismo negro, religião, solidão e morte

Felipe Larozza/VICE

Djamila Ribeiro, autora de ‘O que é lugar de fala?’ e ‘Quem tem medo do feminismo negro?’, está na programação desta quinta, que tem ainda Sérgio Sant’anna e um especialista em literatura medieval.

Do G1

Foto: Felipe Larozza/VICE

Um debate que deve abordar violência contra a mulher e feminismo negro; um escritor brasileiro consagrado falando sobre temas como solidão e morte; e uma conversa sobre religião, magia, luxúria e leitura na época medieval são os principais destaques desta quinta-feira (26), segundo dia da 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

Da Mesa “Amada vida”, marcada para as 17h30, participam a brasileira Djamila Ribeiro e argentina Selva Almada.

Djamila é autora do livro “O que é lugar de fala?” (Letramento), que saiu no ano passado, e acaba de lançar “Quem tem medo do feminismo negro?” (Companhia das Letras). Já Selva Almada escreveu sobre histórias reais de feminicídio.

O debate que fecha o dia, às 20h, chama-se “Animal agonizante”. Junta o veterano Sérgio Sant’anna, considerado um dos maiores autores brasileiros, e o antropólogo e diplomata Gustavo Pacheco, que acaba de estrear na literatura com um livro de contos publicado primeiro em Portugal.

A programação destaca “o desejo, a solidão e a morte” como temas centras na obra de Sant’anna que devem ser abordados no encontro.

Mais cedo, às 15h30, a mesa “Encontro com livros notáveis”, que traz uma apresentação solo do britânico Christopher de Hamel, tido como o maior especialista do mundo em manuscritos medievais.

Partindo do “Evangelho de Santo Agostinho”, do “Livro de Kells” e de “Carmina Burana”, De Hamel tratará de religião, magia e luxúria na Idade Média.

As outras mesas da quinta
A programação de quinta da Flip 2018 começa às 10h com a mesa “Performance sonora”, dedicada à homenageada desta edição, Hilda Hilst (1930-2004). Vão participar a cineasta Gabriela Greeb e o diretor de som Vasco Pimentel.

Gabriela Greeb assina o longa-metragem “Hilda Hilst pede contato”, que acaba de ser concluído. De acordo com o material de divulgação, a obra mistura documentário, ficção e literatura.

Já Vasco Pimentel e trabalhou com os diretores Wim Wenders, Manoel de Oliveira, Raul Ruiz e Daniela Thomas (em “Vazante”).

No palco, vão falar sobre “a voz, a escuta e as divagações literárias e existenciais de Hilda Hilst registradas em fitas magnéticas na década de 1970”.

Já a mesa seguinte, ao meio-dia, “Barco com Asas”, junta as poetas brasileiras Júlia de Carvalho Hansen e Laura Erber. Também participa, em vídeo, a portuguesa Maria Teresa Horta.

A ideia é que falem sobre pontos em comum entre suas obras e a produção literária de Hilda Hilst.

Veja a programação restante da Flip 2018:

Quinta-feira (26 de julho)
10h – Mesa 2 (Perfomance Sonora), com Gabriela Greeb e Vasco Pimentel – A voz, a escuta e as divagações literárias e existenciais de Hilda Hilst registradas em fitas magnéticas na década de 1970 são apresentadas pela cineasta brasileira e pelo sound designer português.
12h – Mesa 3 (Barco com Asas), com Júlia de Carvalho Hansen, Laura Erber e Maria Teresa Horta (em vídeo) – Esse diálogo inusitado reúne, por vídeo, um grande nome da poesia de Portugal do último meio século e, em Paraty, duas poetas brasileiras influenciadas pela lírica portuguesa que têm pontos em comum com Hilda Hilst.
15h30 – Mesa 4 (Encontro com livros notáveis), com Christopher de Hamel – A religião, a magia, a luxúria e a leitura na época medieval se apresentam nas páginas do “Evangelho de Santo Agostinho”, do “Livro de Kells” e de “Carmina Burana”, comentadas pelo maior especialista do mundo nesses manuscritos.
17h30 – Mesa 5 (Amada vida), com Djamila Ribeiro e Selva Almada – Uma ficcionista argentina que escreveu sobre histórias reais de feminicídio e uma feminista negra à frente de uma coleção de livros conversam sobre como fazer da literatura um modo de resistir à violência.
20h – Mesa 6 (Animal Agonizante), com Gustavo Pacheco e Sérgio Sant’anna – Um grande mestre da literatura brasileira que abordou o desejo, a solidão e a morte relembra sua trajetória ao lado de um leitor seu e autor estreante elogiado pela crítica portuguesa com histórias de humanos e outros primatas.

Sexta-feira (27 de julho)
10h – Mesa 7 (Poeta na torre de capim), com Lígia Ferreira e Ricardo Domeneck – A falta de leitores e o silêncio da crítica, como reclamava Hilda Hilst: para esse debate, encontram-se a grande especialista no poeta negro Luiz Gama e um poeta e editor atento a nomes ainda fora do cânone, como Hilda Machado, que morreu inédita em livro.
12h – Mesa 8 (Minha Casa), com Fabio Pusteria e Igiaba Scego – Fazer literatura tendo uma língua comum – o italiano – e diferentes aportes, fronteiras e paisagens geográficas e literárias: nesse diálogo, reúnem-se o poeta de um país poliglota, que é tradutor do português, e uma romancista filha de imigrantes da Somália, que escreveu sobre Caetano Veloso.
15h30 – Mesa 9 (Memórias de porco-espinho), com Alain Mabanckou – O absurdo e o riso, Beckett,culturas africanas, escrita criativa e crítica da razão negra: a trajetória e o pensamento de um poeta e romancista franco-congolês premiado se revelam nessa conversa com dois entrevistadores.
17h30 – Mesa 10 (Interdito), com André Aciman e Leila Slimani – O exercício da liberdade de escrever e a escolha de temas tabu ou proibidos – a exemplo do homoerotismo, da sexualidade feminina e da religião —são as questões tratadas nesse diálogo entre dois romancistas, um judeu americano de origem egípcia e uma francesa de origem marroquina.
20h – Mesa 11 (A Santa e a Serpente), com Eliane Robert Moraes e Iara Jamra – A obra de Hilda Hilst em poesia e prosa é vista tanto em sua dimensão corpórea quanto mística por uma ensaísta que atua na fronteira entre a literatura e a filosofia, enquanto são feitas leituras por uma atriz que encarnou a sua personagem mais famosa – Lori Lamby.

Sábado (28 de julho)
10h – Mesa 12 (Som e Fúria), com Jocy de Oliveira e Vasco Pimentel – A escuta e a criação de universos sonoros: para esse diálogo, encontram-se uma das pioneiras da música de vanguarda no país, hoje dedicada à ópera multimídia, e um sound designer português – os dois conhecidos pelo rigor e pelo preciosismo.
12h – Mesa 13 (O poder na alcova), com Simon Sebag Montefiore – Historiador britânico best-seller que publicou biografias de Stálin, dos Romanov e, agora, de Catarina, a Grande, conta, nessa conversa com dois entrevistadores, como faz para retratar figuras centrais da política em seus pormenores mais íntimos.
15h30 – Mesa 14 (Obscena, de tão lúcida), com Juliano Garcia Pessanha – Uma romancista portuguesa nascida em Moçambique que tratou de temas como o racismo e a gordofobia se encontra com um narrador de gênero híbrido e filosófico para discutir a escrita de si, os diários e as memórias, o corpo e o desnudamento.
17h30 – Mesa 15 (Atravessar o sol), com Colson Whitehead e Geovani Martins – O americano vencedor do Pulitzer com um romance histórico sobre escravizados que construíram sua rota de fuga se encontra com um estreante que, da favela do Vidigal, inventa com liberdade seu jeito de narrar e usar as palavras.
20h – Mesa 16 (No par do incomum), com Liudmila Petruchévskaia – Um dos grandes nomes da literatura russa moderna, comparada a Gogol e Poe por seus contos de horror e fantasia que não dispensam o teor político, relembra sua trajetória proibida por décadas no regime stalinista, hoje aclamada de Moscou a Nova York.

Domingo (29 de julho)
10h – Mesa Zé Kleber (De Malassombros), com Franklin Carvalho e Thereza Maia – Um narrador do sertão baiano que abordou a mitologia da morte em seu premiado romance de estreia se encontra com uma folclorista que recolheu histórias orais de Paraty, em um diálogo sobre o território e seus encantados.
12h – Mesa 17 (Sessão de encerramento ‘O escritor seus múltiplos’) – com Eder Chiodetto, Iara Jamra e Zeca Baleiro – Uma atriz, um compositor e um fotógrafo que fizeram obras baseadas em Hilda Hilst relembram os encontros com a autora, o processo de criação e as marcas que a experiência deixou em suas trajetórias.
15h30 – Mesa 18 (Livro de cabeceira) – convidados leem trechos de livros marcantes.

Flip 2018
Quando: de 25 a 29 de julho
Onde: Paraty (RJ)
Ingressos: R$ 55 para cada mesa (com meia-entrada)
Onde comprar: durante a Flip, a venda acontece só em Paraty, na bilheteria oficial localizada na Praça da Matriz, no Centro Histórico.

 

  • Como assistir pela internet: as mesas vão ser transmitidas ao vivo por streaming no canal oficial da Flip no YouTube (clique aqui), pelo Facebook (clique aqui), pelo Instagram (clique aqui) e pelo Twitter (clique aqui).
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