Flip 2019 anuncia programação: Eis as 17 escritoras que estarão na festa literária

17 escritoras de diferentes partes do Brasil e do mundo estarão na Festa Literária de Paraty, que será realizada entre os dias 10 e 14 de julho.

Por Amauri Terto, Do HuffPost Brasil 

Imagem de quatro mulheres. duas negras e duas brancas.
Performances, shows, bate-papos e conferências estão previstos na 17ª edição da Flip. (Foto: HuffPost Brasil)

A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) divulgou nesta quarta-feira (15) a programação de sua 17ª edição, que será realizada entre os dias 10 e 14 de julho, no município do litoral sul do Rio. Euclides da Cunha (1866–1909), responsável pelo clássico Os Sertões, será o autor homenageado deste ano.

No auditório da Pinacoteca de São Paulo, no centro da capital paulista, a curadora Fernanda Diamant falou sobre a escolha do escritor. ”É um autor que trata do Brasil. Ele conheceu o País inteiro até a Amazônia”, afirmou.

“Em Os Sertões, especialmente, ele faz uma retrospectiva da história do Brasil para chegar naquele momento da Revolta de Canudos. Achei que nesse momento que estamos está vivendo seria perfeito falar sobre tudo isso.”

A programação principal da Flip 2019 terá 33 escritores – sendo 17 mulheres – de 10 nacionalidades diferentes. Serão 21 mesas com formatos distintos, incluindo conferência, entrevista e performance artística.

Os títulos das mesas fazem referência a pontos geográficos e elementos de Os Sertões, que nasceu nas páginas do jornal Província de São Paulo, antigo nome do Estadão. Depois de cobrir a Guerra de Canudos (1896-1897), Euclides da Cunha transformou sua experiência em livro, lançado originalmente em 1902.

A seguir, o HuffPost apresenta as 17 mulheres que integram a programação principal da Flip 2019. Os ingressos para as mesas literárias no Auditório da Matriz custarão R$ 55 (inteira). As vendas começam no próximo dia 3 de junho.

Walnice Nogueira Galvão

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Walnice Nogueira Galvão é ensaísta, uma das principais críticas literárias do País e também especialista na obra de Euclides da Cunha. Ela fará a conferência de abertura, uma combinação de aula sobre o autor homenageado e retrospectiva da trajetória de 50 anos da paulistana no campo da pesquisa.

Mesa 1: Canudos –  Quarta (10), às 19h 

Aparecida Vilaça

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Doutora em antropologia social e professora do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aparecida Vilaça falará sobre sua trajetória, a atuação no Museu Nacional – destruído por um incêndio em setembro de 2018 -, além da experiência particular junto aos indígenas Wari’.

Mesa 2: Bendegó – Quinta (11), às 10h30

Adriana Calcanhotto

(Foto: DIVULGAÇÃO/LEO AVERSA)

A cantora, compositora e escritora Adriana Calcanhotto participará de uma mesa musicada junto com Guilherme Wisnik e Nuno Grande, que deve discutir arquitetura, urbanismo, literatura e música. O encontro será uma recriação da experiência que os três promoveram em uma recente exposição em Portugal.

Mesa 3: Uauá – Quinta (11), às 12h 

Kristen Roupenian

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

A americana Kristen Roupenian é a autora estreante de Cat Person e Outros Contos, livro que surgiu a partir de Cat Person, texto publicado pela revista New Yorker e que viralizou em 2017. Ela participa junto com Sheila Heti de uma mesa que discutirá a maneira como as mulheres têm sido representadas na escrita.

Mesa 5: Bom Conselho – Quinta (11), às 17h 

Sheila Heti

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

Com formação em história da arte e filosofia pela Universidade de Toronto, a canadense Sheila Heti já publicou obras de ficção e não ficção, traduzidos para 21 línguas. Seu livro mais recente chama-se Maternidade, e traz uma narrativa peculiar que combina ficção, ensaio e autobiografia.

Mesa 5: Bom Conselho – Quinta (11), às 17h

Maureen Bisilliat

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Inglesa naturalizada brasileira, a fotógrafa Maureen Bisilliat revisitará sua extensa carreira marcada por registros de regiões agrestes e dos povos do Xingu. Ela é autora do livro Sertões: Luz e Trevas (1982), obra que combina trechos de Os Sertões, de Euclides da Cunha, e fotografias do Nordeste.

Mesa 6: Serra Grande – Quinta (11), às 19h

Marcela Cananéa

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

Nascida em Paraty e com formação em educação do campo pela Universidade Federal Rual do Rio de Janeiro (UFRRJ), Marcela Cananéa é militante do Fórum de Comunidades Tradicionais. Ela participará de uma mesa com Marcelo D’Salete, quadrinista paulistano cuja obras aborda a cultura afro-brasileira.

Mesa 8: Cumbe – Sexta (12), às 10h

Ayọ̀bámi Adébáyọ̀

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

A nigeriana Ayòbámi Adébáyò é mestre em escrita criativa pela Universidade de East Anglia, na Inglaterra. Em Fique Comigo, seu livro de estreia, ela aborda questões como patriarcalismo, poligamia e conflitos relacionados à gravidez. A autora participará de uma mesa com a israelense Ayelet Gundar-Goshen.

Mesa 9: Angico – Sexta (12), às 12h

Ayelet Gundar-Goshen

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Em seu romance de estreia, Uma Noite, Markovitch, Ayelet conta a história de um grupo de jovens que vai da Palestina até a Europa sob comando nazista para resgatar mulheres judias por meio de casamentos falsos. Junto com Ayòbámi, a autora discutirá o papel da mulher em sociedades mais tradicionais.

Mesa 9: Angico – Sexta (12), às 12h

Karina Sainz Borgo

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Nascida na Venezuela e residente na Espanha, Karina Sainz Borgo é escritora e jornalista cultural. Seu primeiro romance é o best-seller Noite em Caracas, lançado após dois livros de crônicas. Ela participará de uma mesa com o escritor e curador carioca Miguel Del Castillo – cujo tema central será o luto.

Mesa 11: Jeremoabo – Sexta (12), às 17h

Grada Kilomba

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

A intelectual portuguesa Grada Kilomba é militante do feminismo negro, psicóloga e artista interdisciplinar. Em sua mesa, ela apresentará performances e videoinstalações que propõem a descolonização do pensamento e também discutirá questões em torno da relação existente entre racismo e linguagem.

Mesa 12: Mata da Corda – Sexta (12), às 19h

Marilene Felinto

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Nascida em Recife e residente em São Paulo, Marilene Felinto é escritora e crítica há mais de 10 anos distante da imprensa. Na Flip, ela discorrerá sobre sua obra, que toca em questões de gênero e raça e lerá trechos de seus livros – incluindo As Mulheres de Tijucopapo, ganhador do prêmio Jabuti em 1982.

Mesa 14: Cansanção – Sábado (13), às 10h30

Grace Passô

(Foto: DIVULGAÇÃO/FLIP)

Mineira de Belo Horizonte, Grace Passê é atriz, dramaturga e diretora (premiada em todas essas instâncias). A participação dela na Flip será divida em duas partes: uma performance seguida de um bate-papo sobre a carreira da artista – que propõe reflexões sobre a relação entre corpo e linguagem.

Mesa 16: Poço de Cima – Sábado (13), às 15h30

Carmen Maria Machado

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

A americana Carmen Maria Machado subverte gêneros literários. Em seus textos há manipulação de contos, listas, sinopses, entre outros. Ela é autora do premiado O Corpo Dela e Outras Farras, no qual narra de forma singular as experiências de uma mulher. Ela participará de uma mesa com Jarid Arraes.

Mesa 17: Vila Nova da Rainha – Sábado (13), às 17h

Jarid Arraes

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

Jarid nasceu no Ceará e hoje mora em São Paulo. Primeira cordelista de uma família com tradição no gênero literário, ela é também poeta e lança na Flip seu primeiro livro de contos, Redemoinho em Dia Quente. Na mesa com Carmen, a escritora deve abordar temas como raça, origem e deslocamento.

Mesa 17: Vila Nova da Rainha – Sábado (13), às 17h

Cristina Serra

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

O jornalista paraense publicou em 2018 seu livro de estreia, Tragédia em Mariana: A História do Maior Desastres Ambiental do Brasil, resultado de uma série de reportagens para o Fantástico. Cristina dividirá uma mesa com David Wallace-Wells, jornalista americano com produção sobre o aquecimento global.

Mesa 19: Cocorobó – Sábado (13), às 20h30

Mariana Enriquez

(Foto:DIVULGAÇÃO/FLIP)

Ficção científica, terror e zonas periféricas se combinam na obra da autora argentina Mariana Enriquez. Este é o Mar é seu titulo mais recente, e chega agora ao Brasil pela Intrínseca. Na Flip, a autora participará de uma mesa com o escritor, dramaturgo e pesquisador paraibano Braulio Tavares.

Mesa 20: Santo Antônio da Glória – Sábado, às 10h30

Informações completas sobre a programação estão disponíveis no site oficial.

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