Com discurso de Lula e da ministra Anielle Franco no Fórum de Afrodescendentes na ONU, Geledés aponta que o Brasil está no caminho certo no combate ao racismo

Nesta quarta-feira, às 13h30 (horário de Brasília), Geledés realiza o evento paralelo "Estratégias de enfrentamento do racismo global"

FONTEKátia Mello
Foto: Natalia Sena

“Para Geledés, o Fórum Permanente de Afrodescendentes é extremamente importante, porque pode construir, no sentido mais amplo, compromissos de enfrentamento ao racismo global. Sobre a fala do presidente Lula e da ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, é importante ressaltar que neste governo o Brasil sinaliza essa agenda como um compromisso a ser seguido para os países da América Latina. Então a expectativa de Geledés com o fórum é a mais positiva possível, porque temos aqui representantes da sociedade civil preocupados com a reorganização do fascismo e dos extremismos, e principalmente o impacto que eles têm na reversão de conquistas e os poucos avanços que conseguimos tanto para as mulheres quanto para negros. E a caminhada para conseguirmos uma justiça social é muito longa. Por isso temos esperança”, disse Suelaine Carneiro, socióloga e coordenadora de Geledés, que faz parte da comissão no fórum que começou ontem na sede das Nações Unidas em Nova York e vai até o dia 02 de junho.   

O presidente Lula enviou sua mensagem por vídeo ao fórum. Nela, ele reassume o compromisso de seu governo no combate ao racismo. Em seu discurso, o presidente mencionou o caso de racismo do jogador Vinícius Jr e sublinhou o papel da ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, no compromisso com a “bandeira de igualdade racial”, aventando a possibilidade de haver um fórum semelhante no Brasil. 

Maria Sylvia – Coordenadora de Geledés – Foto: Natlia Sena

Nessa mesma linha, a ministra Anielle, também lembrou o caso Vini e acenou para um fórum no País. “Levantamos aqui a oportunidade de promover um esforço global para marcar a memória de nosso passado, apontando as contradições do presente sem perder de vista um caminho futuro de mudanças e transformações para nossos povos”, afirmou a ministra. Em sua fala de nove minutos, que levou a plateia a aplaudi-la de pé, Anielle Franco também destacou a significância da Conferência de Durban na luta antirracista.

O discurso do presidente Lula falando sobre a importância deste fórum para o combate ao racismo, reforçado com a fala da ministra Anielle, visivelmente emocionada ao falar das violações de dieitos humanos causadas pelo racismo estrutural, lembrando Vini Jr. mas também muitos anônimos e anônimas, é um alento para nós que trabalhos essa questão por 35 anos em Geledés e uma esperança para uqe o mundo ouça e se comprometa nessa luta antirracista. Essas falas me dizem que estamos no caminho certo”, disse a advogada e coordenadora de Geledés, Maria Sylvia de Oliveira. 

Epsy Campbell, presidenta do Fórum Permanente de Afrodescendentes, ressaltou a necessidade de ações concretas dentro das Nações Unidas para assegurar a efetiva participação dos afrodescendentes em todas as esferas da sociedade. Campbell afirmou ser urgente a implementação de políticas inclusivas e medidas para promover ações efetivas em prol da igualdade racial, pautas que vêm sendo promovidas por Geledés. 

Nesta quarta-feira, às 13h30 (horário de Brasília), Geledés realiza o evento paralelo “Estratégias de enfrentamento do racismo global”, mediado por Suelaine Carneiro, de Geledés, no Bahá’í International Community, em Nova York, nos EUA, com a presença da ministra Anielle, da presidente do Fórum Permanente de Afrodescendentes, Epsy Campell Barr, de Gay McDougall do CERD da ONU, de Alejandro de La Fuente, do Centro de Estudos Afro-latino americanos da Universidade de Harvard, e de Martin Kimani, do embaixador do Quênia junto à ONU.

Você pode assistir ao evento pelo Youtube

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