– Outro (s) nome (s) – Toussaint Louverture
– Data de nascimento: 1743 –
-Local: Haiti (então Saint-Domingue)
– Data de falecimento: 8 de abril de 1803, aos 59 anos –
-Local: França
– Movimento: Revolução haitiana –
François-Dominique Toussaint Louverture Toussaint Bréda, Toussaint-Louverture (20 de maio de 1743 – 8 de abril de 1803) foi um líder da revolução haitiana. Nascido em Saint-Domingue, no decorrer de uma prolongada luta pela independência Toussaint conduziu os africanos escravizados a uma vitória sobre os europeus, aboliu a escravidão e assegurou o controle da colônia pelos nativos em 1797, enquanto era nominalmente seu governador. Expulsou o comissário francês Léger Félicité Sonthonax, bem como o exército britânico, invadiu Santo Domingo para libertar os escravos que ali havia e redigiu uma constituição, auto-nomeando-se governador vitalício e estabelecendo uma nova política para a colônia.
Especialmente entre os anos de 1800 e 1802, Toussaint Louverture tentou reconstruir a falida economia do Haiti e restabelecer os contatos comerciais com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Seu governo propiciou à colônia o gosto pela liberdade que, após sua morte no exílio, foi gradualmente destruída durante os sucessivos reinados de uma série de déspotas. Seu nome significa, em francês, “o despertar de todos os santos” ou “a elevação de todas as almas”. Suas últimas palavras foram dirigidas a seu filho na França: “Meu rapaz, um dia você terá a ventura de regressar a St. Domingo; esqueça-se de que a França assassinou seu pai.”1
Toussaint L´Ouverture nasceu escravo em Plaine du Nord, no que era então Saint-Domingue. Viu a luz do dia no engenho dos Bréda, em Bayon de Libertat, próximo de Cap Français. Reza a tradição que seu pai era um africano chamado Gaou Guinou, provavelmente membro do grupo étnico Arada. Toussaint Breda, por sorte, foi alfabetizado e manteve amplo contato com a literatura francesa sobre o Iluminismo. Quando ainda vivia no engenho onde nasceu, trabalhou como cocheiro e domador de cavalos. Seu senhor alforriou-o aos 33 anos, quando Toussaint desposou Suzanne.2 Era católico fervoroso e membro da alta hierarquia da Loja Maçônica de Saint Domingue. 3 e 4 Em 1791 os escravos de Plaine du Nord se revoltaram. Diferentes forças se uniram sob diferentes líderes. Toussaint serviu com vários deles e suas responsabilidades aumentaram. Em 4 de abril de 1792 a Assembléia Legislativa Francesa estendeu todos os direitos de cidadania aos libertos de cor ou mulatos (gens de couleur libres) e aos negros livres. Em Saint Domingue esta decisão não teve a aceitação de muitos colonos franceses, embora a França tenha enviado três comissários para implementá-la. Entre eles Sonthonax foi o mais radical, criando uma burocracia de mulatos em Le Cap, no norte.
Após a decapitação de Luís XVI, no início de 1793 a França entrou em guerra contra a Grã-Bretanha e a Espanha. Enquanto as agitações e a guerra racial continuavam a acossar as instituições de Saint-Domingue, Toussaint ingressou no exército espanhol de Santo Domingo com a finalidade de encontrar um modo de pôr ponto final à escravidão. Em agosto, Sonthonax proclamou a emancipação dos escravos no norte, onde Toussaint e seus aliados combatiam. Os outros comissários anunciaram a emancipação dos escravos no oeste e no sul, mas a invasão de tropas britânicas, em setembro, prejudicou essas mudanças. Em 1793 Toussaint adotou, como sobrenome, seu apelido Louverture e, desde então, passou a assiná-lo.
No início de 1794 Toussaint Louverture conseguiu organizar 4.000 negros, com alguns oficiais brancos e mulatos, formando um exército de leais gerrilheiros, pois era um estrategista e um líder militar bem dotado, embora sem formação. Em relação a seus comandados, usou elementos da disciplina européia. Toussaint negociou como General Laveaux e mudou de lado em maio de 1794. A partir de então combateu os espanhóis, reconquistando todos os fortes de Cordon de l´Ouest em menos de duas semanas, “libertando” o norte para a República Francesa. Lutou também contra os ingleses.
Por volta de 1795, Toussaint controlava a maioria de duas províncias. Seus dois tenentes, Jean-Jacques Dessalines e Henry Christophe, eram extremamente eficientes. Os sucessos de Toussaint levaram André Rigaud, homem de cor que comandava as forças no sudoeste, a renovar seus ataques a partir de onde os homens de cor livres se concentravam, em Port au Prince. Rigaud controlou um batalhão de oficiais de cor e de soldados negros, que por sua vez controlavam o sul.5
Em junho de 1795 os britânicos haviam sido repelidos até o litoral. Em julho, os espanhóis se retiraram oficialmente. Embora os britânicos continuassem a lutar, a partir das cidades costeiras, Toussaint manteve o controle sobre o norte e o oeste de Saint Domingue. Em maio de 1797, Sonthonax nomeou Toussaint Louverture comandante chefe do exército republicano francês em Saint Domingue.
Ele também foi bem sucedido ao liderar suas tropas, relativamente pequenas, desfechando rápidos ataques e recorrendo à diplomacia, com o que obteve derrotas estratégicas e a retirada de um exército de 10.000 soldados britânicos. Em 1798, os britânicos fizeram uma última tentativa de derrotar Louverture, atacando a partir do sul e para isso enviaram o General Thomas Maitland. Este, porém, fracassou e assinou um tratado secreto, mediante o qual Toussaint Louverture deixava os portos abertos à navegação comercial de todas as nações. Então os britânicos partiram da colônia.
Os britânicos deixaram completamente Saint-Domingue em outubro de 1798, mas o General Hedouville começou a fomentar cada vez mais a competição entre Rigaud e Toussaint, tendo em vista o controle da situação. Rigaud não queria desistir de algumas regiões do Departamento do Oeste, que conquistara.5 Toussaint nomeou Jean Jacques Dessalines governador do sul, após ser derrotado por Rigaud em julho de 1800. Dessalines exerceu represálias extremamente severas contra a população mulata, esmagando a resistência e, ao que se diz, foram mortos 10.000 homens, mulheres e crianças. Após anos de guerras e ultrajes, a brutalidade de Dessalines suscitou amargura entre as pessoas de cor.5 Em 1800, Toussaint havia subordinado todas as restantes forças de homens de cor.6
Em 1801 os espanhóis capitularam, cedendo o restante da ilha às forças de Toussaint Louverture, o qual proclamou a abolição da escravidão em Santo Domingo. Depois disso, em julho, ele proclamou uma nova constituição, que o nomeava governador vitalício.
Notícias da Revolução Francesa de 1789 e a mensagem de Liberté, égalité, fraternité (liberdade, igualdade, fraternidade) chegaram a Saint-Domingue em 1790, exercendo profundo impacto na ilha. Soldados franceses desembarcaram em Port-au-Prince e juntaram-se aos negros e às pessoas de cor, em união fraterna. Anunciaram que a Assembléia Nacional, na França, havia declarado todos os homens livres e iguais. Não tardou muito para que as idéias da filosofia do Iluminismo se espalhassem pela ilha. Quando os senhores de engenho brancos deixaram de honrar as promessas feitas pela Declaração dos Direitos do Homem, rebeliões de escravos ocorreram em todo o norte.
Toussaint não participou da mal sucedida campanha organizada por Vincent Ogé, um rico homem de cor liberto. A revolta ocorreu em outubro de 1790 e tentou assegurar os direitos de voto das pessoas de cor livres, mas foi esmagada brutalmente pelas forças coloniais. No ano seguinte, em agosto, houve uma revolta de escravos na Província do Norte. Toussaint mostrou-se hesitante e trabalhou como criado e cocheiro no engenho em que cresceu.
Inicialmente Toussaint era contra a ampla destruição e o derramamento de sangue que estava sendo realizado pelos revoltosos. Passou muitos meses mantendo em ordem os escravos de seu antigo senhor e impedindo que os trabalhadores revolucionários ateassem fogo no engenho. Ficou claro que todos os brancos estavam ameaçados. À medida que a insurreição crescia, Toussaint ajudou a família de seu ex-senhor a fugir, mandando também sua própria família para um local seguro, em Santo Domingo. Em seguida passou para o campo dos escravos rebelados. Homem maduro, que se aproximava dos 50 anos, ele em breve percebeu a inépcia dos líderes rebeldes e sua disposição de chegar a um acordo com os brancos radicais.
A importante posição de cocheiro livre e negro permitiu-lhe servir como elemento de ligação entre os senhores de engenho brancos e os escravos rebelados. Conseguiu obter do governador um passe que lhe permitia viajar de um engenho a outro e disseminar idéias revolucionárias, embora cuidasse de manter sua participação fora do conhecimento das autoridades brancas.6 A proeminência de Toussaint aumentou entre os líderes revolucionários até ele se tornar o líder inconteste do movimento. Sua famosa Declaração de Camp Turel, em 29 de agosto de 1793, serve como prova de que suas ideias atuariam como um modelo para a futura independência de Saint-Domingue. Ele advogava especificamente um estado militar que preservasse a liberdade absoluta para todos os cidadãos.7
Recorrendo a sua ampla experiência na administração e na liderança, Toussaint reuniu rapidamente um grupo de seguidores, treinando-os em táticas de guerrilha, mas insistindo também na disciplina e na ordem. Em 1793 tornou-se auxiliar de Georges Biassou e subiu rapidamente de posto. O exército de negros foi bem sucedido contra as forças européias, atingidas pela febre amarela e sob um comando ineficaz.
Após a execução de Luís XVI e a irrupção das Guerras Revolucionárias Francesas, quando a França entrou em guerra contra a Grã-Bretanha e a Espanha, inúmeros comandantes negros do norte juntaram-se ao exército de Santo Domingo, liderado pelos espanhóis e que combateram os franceses. Reconhecido como general, Toussaint demonstrou extraordinária capacidade militar e atraiu guerreiros renomados, tais como seu sobrinho Moïse e dois futuros monarcas do Haiti, Jean Jacques Dessaline e Henry Christophe. Foi então que ganhou o apelido de L´Ouverture (“abertura”), que adotou, mas que pronunciava Louverture.8 Explorou brechas nas defesas da oposição e mais tarde, naquele mesmo ano, os britânicos conseguiram controlar a maioria dos estabelecimentos litorâneos de Saint-Domingue, incluindo Port-au-Prince.
As vitórias alcançadas por Toussaint Louverture no norte de Saint-Domingue, juntamente com os sucessos independentes das pessoas de cor no sul e a ocupação do litoral pelos britànicos, levaram os franceses à beira do desastre. Em 1793, Léger-Félicité Sonthonax e Étienne Polverel, representantes do governo revolucionário francês em Paris, ofereceram a liberdade aos escravos que se juntassem a eles, em seus esforços para derrotar os contra-revolucionários e lutar contra os invasores estrangeiros. Em 4 de fevereiro de 1794 a Convenção Nacional dos Jacobinos, em Paris, confirmou as ordens de emancipação, que aboliam a escravidão em todos os territórios da República Francesa.
Em maio de 1794, Toussaint Louverture decidiu aliar-se aos franceses, justificando sua decisão diante do fracasso da Espanha e da Grã-Bretanha em libertar os escravos. Declarou que havia se tornado republicano, após alinhar-se à realeza. Toussaint Louverture tem sido criticado pelo tratamento que dispensou a seus antigos aliados, bem como pelo assassinato em massa de soldados espanhóis. A mudança de Toussaint Louverture foi decisiva para que a França recuperasse o controle sobre Saint-Domingue.
Étienne Laveaux, o governador de Saint-Domingue, tornou Toussaint Louverture General de Brigada. Ele conseguiu impor sérios reveses aos britânicos e expulsou os espanhóis. Sob a influente liderança de Toussaint Louverture, cada vez maior, o exército francês, composto por soldados negros, mulatos e brancos, derrotou as forças britânicas e espanholas. O exército de Toussaint Louverture venceu várias batalhas contra as forças espanholas, em maio de 1794, e recuperou os fortes de Cordon de l´Ouest. Ele também combateu a sublevação de Pinchinat, um líder que era gen de couleur ou mulato.
Em 1795 Toussaint Louverture era amplamente reconhecido, reverenciado pelos negros e apreciado pela maioria dos brancos e das pessoas de cor por ajudar a restaurar a economia de Saint-Domingue. Convidou muitos senhores de engenho, que haviam emigrado, a retornar, pois tinha consciência de que sua capacidade administrativa e sua perícia técnica eram necessárias para promover a economia e gerar renda. Recorreu à disciplina militar para forçar ex-escravos a trabalhar como assalariados nos engenhos, a fim de que estes voltassem a funcionar. Acreditava que as pessoas eram naturalmente imperfeitas e que era necessário disciplina para impedir a preguiça. Não permitiu mais que os trabalhadores fossem chicoteados.
Eles eram legalmente livres e iguais, além do que compartilhariam os lucros produzidos pelos engenhos recuperados. As tensões raciais afrouxaram porque Toussaint pregava a reconciliação e acreditava que para os negros, a maioria dos quais nascidos na África, havia lições a serem aprendidas com os brancos e as pessoas de cor, entre os quais muitos tinham sido educados na França e, frequentemente, treinados como militares.
O governador francês Laveaux partiu de Saint-Domingue em 1796. Foi sucedido por Léger Félicité Sonthonax, comissário francês extremista, que já havia servido na ilha. Este permitiu que Toussaint Louverture governasse efetivamente e promoveu-o a General de Divisão.
Toussaint foi repelido, ao apresentar suas propostas radicais de exterminar todos os europeus. Julgava ofensivos o ateísmo, a rudez e a imoralidade de Sonthonax. Após algumas manobras, Toussaint Louverture forçou a partida de Sonthonax, em 1797.
Os próximos a partir foram os britânicos, cujas perdas os levaram a negociar secretamente com Toussaint Louverture. Os tratados realizados em 1798 e 1799 asseguraram sua completa retirada. Toussaint Louverture promoveu um intercâmbio comercial lucrativo com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Em troca de armas e mercadorias, Toussaint Louverture vendeu açúcar e prometeu não invadir a Jamaica e o sul dos Estados Unidos. Os britânicos se ofereceram para reconhecê-lo como rei de um Saint-Domingue independente. Ele recusou, pois desconfiava dos britânicos, já que eles mantinham a escravidão. Os britânicos retiraram-se de Saint-Domingue em 1798.
Em breve Toussaint Louverture livrou-se de outro superior francês nominal, Gabriel Hédouville, que chegara em 1798 como representante do governo da França. Consciente de que a França não tinha a menor possibilidade de restaurar o colonialismo enquanto prosseguisse a guerra contra a Grã-Bretanha, Hédouville tentou intrigar Toussaint Louverture com André Rigaud, o líder de cor que comandava um estado semi-independente no sul. Toussaint Louverture, entretanto, percebeu quais eram as intenções de Hédouville e forçou-o a partir.
Hédouville foi sucedido por Philippe Roume, que acatou o governador negro. Toussaint Louverture eliminou André Rigaud por meio de uma sangrenta campanha, em outubro de 1799, que o forçou a fugir para a França. Seu estado, governado por pessoas de cor, foi conquistado.
Jean-Jacques Dessalines levou adiante uma repressão tão brutal no sul que a reconciliação com as pessoas de cor tornou-se impossível. Muitos refugiados abandonaram o país, incluindo milhares que foram para Nova Orléans, Louisiana e se somaram às pessoas livres de cor e aos povos africanos que ali estavam.
Em 2 de maio de 1799 Toussaint Louverture assinou um tratado de comércio com os britãnicos e os americanos. Nos Estados Unidos, Alexander Hamilton lhe prestava grande apoio, mas depois que Thomas Jefferson tornou-se presidente em 1801, ele reverteu a amistosa política americana.
Assim que alcançou o controle sobre todo Saint-Domingue, Toussaint Louverture voltou-se para o Santo Domingo espanhol, onde a escravidão persistia. Na colônia a escala da escravidão jamais fora tão grande quanto em St. Domingue e os engenhos e a agricultura não eram tão numerosos. Ignorando os mandados de Napoleão Bonaparte, que se tornara primeiro cônsul da Fraça, Toussaint Louverture derrubou o governo espanhol em janeiro de 1801, assumiu oficialmente o controle no dia 24 e libertou os escravos.
Toussaint Louverture constituiu um comitê para escrever uma constituição para a ilha, agora unida. Isto ocorreu em 7 de julho de 1801 e ele estabeleceu sua autoridade sobre toda a ilha de Hispaniola.
Agora no comando de toda a ilha, Toussaint Louverture promulgou uma constituição que o tornava governador-geral vitalício, com poderes quase absolutos. O catolicismo tornou-se religião de Estado e muitos princípios revolucionários foram ostensivamente sancionados. Não havia, porém, previsões para funcionários da França, mas Toussaint Louverture proclamou-se francês e empenhou-se em convencer Bonaparte de sua lealdade. Escreveu a Napoleão nos seguintes termos: “Do Primeiro dos Negros ao Primeiro dos Brancos”.9 Bonaparte confirmou a posição de Toussaint Louverture, mas o considerava um obstáculo à restauração de Saint-Domingue como uma colônia lucrativa, pois os senhores de engenho refugiados o haviam convencido da necessidade do trabalho escravo.
Negando que pretendia reintroduzir a escravidão, Napoleão enviou seu cunhado, o General Charles Leclerc, com milhares de soldados e inúmeros navios de guerra para recuperar o controle da ilha, em 1802. Leclerc desembarcou no dia 20 de janeiro e avançou contra Toussaint Louverture. Ao longo dos meses seguintes, as forças de Toussaint Louverture combateram os franceses, mas alguns de seus oficiais desertaram e se juntaram a Leclerc. Outros se aliaram a líderes negros, chefes como Dessalines e Christophe. Em 7 de maio de 1802 Toussaint Louverture assinou um tratado com os franceses em Cap Haitien, sob a condição de que não haveria retorno à escravidão.
Toussaint Louverture retirou-se para sua fazenda em Ennery. Após três semanas, Leclerc enviou seus soldados para se apoderarem dele e de sua família. Deportou-os para a França como cativos em um navio de guerra, pois desconfiava de que o antigo líder conspirava e planejava um levante. Eles chegaram à França no dia 2 de julho. No dia 25 de agosto de 1802 Toussaint Louverture foi mandado para a prisão, no Fort de Joux, no Doubs.
Lá ele foi confinado e interrogado repetidamente. Morreu de pneumonia em abril de 1803. Uma placa, em sua memória, se encontra no Panthéon, em Paris.
Toussaint Louverture exerceu um papel fundamental na primeira tentativa bem sucedida, empreendida por uma população escrava nas Américas e no mundo, tendo por objetivo sacudir o jugo do colonialismo europeu. Derrotou os exércitos de três poderes imperiais: Espanha, França e Grã-Bretanha. O sucesso da revolução haitiana exerceu efeitos duradouros, ao abalar a instituição da escravidão em todo o Novo Mundo. O Haiti tornou-se a segunda república independente de todo o Hemisfério Ocidental.
Após ser aprisionado pelo general francês Leclerc e no navio, a caminho da França, Toussaint Louverture preveniu seus capturadores de que os rebeldes não cometeriam seu erro por meio das seguintes palavras: “Ao me derrubarem, vós cortastes apenas o tronco da árvore da liberdade; ela brotará novamente de suas raízes, pois são muitas e profundas”.10
Toussaint Louverture teve três filhos legítimos. De seu casamento com Suzanne Simone Baptiste Louverture nasceram Isaac e Saint Jean. Toussaint também adotou Seraphin (conhecido mais tarde como Placide Louverture), que era filho de Suzanne Louverture. Alegou-se também que Toussaint teve filhos fora de seu casamento.
Seraphin ou Placide Louverture foi o primeiro filho de Suzanne Louverture, que ela teve com o mulato Seraphim Le Clerce (algumas fontes afirmam que o nome do pai de Placide era Séraphin Clère). Placide foi adotado por Toussaint, que sempre o tratou como se fosse seu próprio filho.
Outras fontes afirmam que Placide era filho de Toussaint com Suzanne, nascido antes de eles se casarem.
Placide e Isaac Louverture foram enviados à França em 1797 para ali estudarem. Em certo sentido, eles foram feitos reféns por oficiais franceses durante os prolongados anos de batalhas. Regressaram a Saint-Domingue em fevereiro de 1802, com as forças do general francês Charles Leclerc. Napoleão Bonaparte dera ordens para expulsar os irmãos Louverture da França e levá-los de volta a Saint-Domingue.
Em 1802 Le Clerc deportou Toussaint Louverture, sua esposa e os três filhos para a França, onde foram mantidos em regiões separadas. Toussaint Louverture foi aprisionado em Fort de Joux.
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