Garçonete denuncia que foi vítima de racismo após cliente discordar da conta no bar: ‘Preta feia’

Funcionária contou ainda que o pai da cliente foi ao local, mostrou que estava armado e fez ameaças. Caso foi registrado na Polícia Civil.

FONTEPor Vitor Santana, do G1
Kássia Morgana Rodrigues denuncia ter sido vítima de racismo em bar de Anápolis (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

A garçonete de um bar de Anápolis, a 55 km de Goiânia, denunciou que sofreu racismo de uma cliente que reclamou do valor da conta. No boletim de ocorrências, Kássia Morgana Rodrigues registrou que a mulher a chamou de “inútil” e “preta feia”. A funcionária, que tem 26 anos, disse ainda que o pai da cliente foi ao local e exibiu uma arma, ameaçando os funcionários.

“Ela falou: ‘Você tem que desamarrar esse coque horrível, você é negra. Você tem que desamarrar esse cabelo velho e feio. Você não merece estar aqui, não merece esse serviço, amanhã eu vou mandá-lo [patrão] te demitir’”, disse Kássia.

A garçonete trabalha no local há dois anos e disse que jamais tinha sofrido qualquer ofensa até a última quinta-feira (3), quando a cliente ficou insatisfeita ao receber a conta e começou a fazer os insultos.

A cliente foi orientada pelos funcionários e responsáveis pelo estabelecimento a deixar o bar. Porém, segundo testemunhas, ela disse que voltaria com o pai, que seria policial. Dois dias depois, no sábado (5), o homem chegou ao estabelecimento cobrando satisfações.

Segundo a garçonete, o homem levantou a camisa, mostrando que estava armado. Diante das ameaças, Kássia conta que se sente insegura.

“O pai dela me ameaçou. Eu quero uma medida protetiva contra ele. Eu não o conheço, não sei que é”, disse.

Kássia, que segue trabalhando no bar, registrou o caso na Polícia Civil. Ela deve prestar depoimento nesta segunda-feira (7). A cliente e o pai ainda serão intimados. A corporação informou que o caso foi enquadrado como injúria racial e ameaça.

O bar onde a garçonete trabalha informou que registrou ocorrência juntamente com a funcionária. “Ela tem todo nosso apoio para levar o caso adiante. Toda a equipe de trabalho está empenhada na recuperação emocional dela”, completou a direção do estabelecimento.

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