Gastando meu latim

Por Fernanda Pompeu

 

Mamãe estudou latim no ginásio como matéria obrigatória. Hoje ela está com quase oitenta anos, e faz um tempão que o latim foi expurgado das escolas. Uma das alegações para o banimento foi a de se tratar de uma “língua morta”. Ou seja, documentada, mas sem falantes nativos.

No entanto várias latinices vivem na ponta da nossa língua. Exemplo, o elegante in memoriam que recorremos para homenagear alguém que já se mandou, ou foi mandado, para o andar de cima. Alguém de quem gostávamos é claro. Para os desafetos deveria existir um “em esquecimento”.

Há também a petulante duplinha do a priori e a posteriori. Deixa o falante bem na fita: “A priori acredito em você, a posteriori vamos ver.” Ótimo para quem não quer se comprometer, para quem prefere observar o mundo de cima do muro.

Outras. Habitat é palavra conhecida por crianças a partir dos três anos. Pela gurizada que já nasce ecologicamente correta. O batidíssimo status, então, está na mente da maioria de nós. A falta dele faz muito

 

 

Fonte: Yahoo

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