Geledés 33 anos

FONTEPor Kátia Mello

No mundo inteiro, o número 33 é visto como algo cabalístico, poderoso, forte. Para os cristãos, significa a plenitude da maturidade, e a idade que Jesus Cristo morreu crucificado. Na cabala, o número representa o “Sephirah Datht” (a Sefirot invisível) que os rabinos chamam de “conhecimento”. Na numerologia, um 3 seguido de outro 3 significa criatividade, comunicação, extroversão. Ou seja, tudo se resume em maturidade e expansão. Nesta sexta-feira 30, Geledés -Instituto da Mulher Negra chega aos 33 anos, com a colheita de importantes  mudanças em um ano tão avassalador de crise sanitária, mas ao mesmo tempo acenando para projetos futuros que possam sempre fortalecer a população negra, em especial as mulheres negras.

Neste último ano, iniciamos com um olhar para dentro da organização, com a elaboração de um plano de reposicionamento institucional que encampa a transição geracional. Estamos trabalhando para a concretização do Centro de Documentação Memória Geledés que irá dar conta de nosso legado, de nossos acervos, que estarão disponíveis, inclusive, para a formação de novos ativistas. Dentro deste mesmo olhar de relevância histórica, foi criada a coluna “Nossas Histórias” em parceria com a Rede de Historiadoras e Historiadores Negros e o Acervo Cultne.

Num ano de pandemia, em que as transformações trazidas pelo vírus afetaram de forma mais contundente as mulheres negras, Geledés realizou várias frentes de enfrentamento do coronavírus. A primeira delas foi rapidamente articular sua rede de Promotoras Legais Populares (PLPs) para que as mulheres pudessem acessar com maior facilidade a Justiça, em caso, por exemplo, de violência doméstica, e os serviços a que elas têm direito, como auxílio emergencial.

Ainda nesta esfera, estabelecemos uma nova parceria com o IRME para oferecer cursos gratuitos e com certificado às mulheres negras em situação de vulnerabilidade econômica. Fizemos também uma pesquisa sobre como as comunidades periféricas estão enfrentando a pandemia, que será disponibilizada em e-book, além da série jornalística “Retratos da Pandemia” – uma visão local sobre esta mesma temática. Dentro do projeto Enquanto Viver, luto, protagonizado por mulheres e ativistas transexuais que foram vítimas colaterais da violência, foi criada a marca Fazemos.

Nas redes sociais, onde a instituição tem grande projeção, lançamos campanhas importantes como #Memóriatemcor para sensibilizar a população do País sobre a “naturalização” da matança de jovens negros e “Racismo e Bullying: Como proteger jovens negras?”, em que a protagonista é a personagem Guta, de 13 anos.

Se estamos comemorando 33 anos de Geledés, isso se deve também a você que está conosco nesta jornada, que envia seus guests posts para nosso portal, que nos assiste em nossas lives e que nos segue nas redes e nos enche de esperança em nossa luta. Axé

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