“Incêndio na estátua de Mãe Stella de Oxóssi foi terrorismo religioso”, diz Mãe Márcia de Ogum

“Eu não posso imaginar que tenha sido apenas um ato de vandalismo”, diz a líder candomblecista sobre o ato ocorrido em Salvador

FONTEDo Brasil 247
Escultura de Mãe Stella de Oxóssi antes do incêndio — Foto: Cid Vaz/TV Bahia

 Em entrevista à TV 247, a professora aposentada e líder candomblecista Mãe Marcia de Ogum fez duras críticas ao ato de vandalismo na Bahia contra o monumento em homenagem à yalorixá Mãe Stella de Oxóssi, que foi incendiada no último domingo (4) em Salvador (BA). A líder religiosa diz que não foi apenas um ato de vandalismo, mas de terrorismo religioso.

“É intolerância religiosa e é racismo, porque Candomblé não é só uma religião, é um legado cultural de África. É muito triste porque a gente percebe um ódio em quem praticou o incêndio”, completou.

A obra é composta por duas esculturas, uma de Mãe Stella, em tamanho real, sentada em um trono, e outra de 6,5 metros de Oxóssi, orixá para o qual ela foi iniciada no candomblé. A obra completa tem 8,5 metros de altura, incluindo uma base de concreto de dois metros.

Mãe Márcia relembrou que este não foi o primeiro ato terrorista contra o monumento. “Não se contentaram em pichar [em 2019], [agora] queimaram tentando abalar nossa fé, nossa religiosidade, mas não vão conseguir. O que mais vai acontecer? Hoje queima uma estátua, amanhã queima uma pessoa viva?”, questionou.

A religiosa cobrou o cumprimento da lei para que mais crimes como este não aconteçam. “A gente não pode viver mais esse crime, esse terrorismo religioso sem punição”, finalizou.

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