Intolerância religiosa na vida real e na WEB 4.0: Jovens de periferia entre as igrejas e o narcoestado

Observamos um crescimento vertiginoso nas redes sociais de postagens feitas por jovens, nas quais a descrença na política clássica, nas instituições da sociedade e até nas orientações familiares grassam e se espalham feito fogo em capim seco.

por Geórgia Senna e Marcos Romão, do Mamapress

Falamos do que se passa no Brasil, que muitos pensam ser ainda uma ilha. Nossos bairros e cidades não diferem muito de Ferguson, Nanterre ou Garissa no Quênia. Ao contato físico e cotidiano dos jovens com a violência, somam-se as trocas de informações nas redes sociais, que criam o caldo necessário para justificar ideologias religiosas e políticas, que apocalípticas e salvacionistas, hipnotizam os jovens ávidos por soluções rápidas e que possam ser atingidas num apertar de botão. Ao contrário de 50 anos atrás este botão existe e pode ser comprado em qualquer mercado livre da Web 4.0.

“15 segundos e você salva o mundo” é a grande promessa super atraente para qualquer um crente na descrença.

Tudo é ruim é o resumo de frases emitidas pelos jovens, tais como, “é tudo burguês”, “é tudo corrupto”, ou ” é tudo infiél“.

Assistimos um fenômeno em que jovens indignados com tudo a sua volta, se fecham a qualquer diálogo e conversa por meios pacíficos e institucionais.

Encapsulados em um universo “Selfie/eu mesmo”, em que ensimesmados, se tornam objetos fáceis de serem convencidos por agentes religiosos ou ideológicos, que venham com respostas prontas, para resolver ou derrubar tudo que esteja na frente.

A descrença, a desesperança, e a insegurança pessoal nunca foram boas conselheiras.

Estamos diante de tempos difíceis. De um lado o fortalecimento da direita parte católica e a outra parte composta por setores da classe C, D e F composta por extremistas neopetencostais, muitos convertidos no último verão! Vítimas da metodologia da persuasão dogmática das religiões neopentescostais, que apontam para um projeto político em curso em que a tomada do Poder Político neste País é seu objetivo.

Outra observação é  influência nefasta e ainda imperceptível dos grupos extremistas estilo “Haram Al Quaeda”, que aliciam jovens em nome de Alá para matarem aqueles que forem “infiéis”!

Enquanto isto, a disputa por almas jovens está entre a Bíblia e o Fuzil do Narcoestado formado por bandidos com seus comandos e policiais e políticos bandidos com suas milícias.

Para completar, assistimos a formação do Exército de Deus.

Sendo assim temos que estar atentos, pois nossos jovens negros e pobres estão sendo disputados para os embates que se aproximam. O que aconteceu em Garissa no Quênia não está longe de acontecer por aqui.

Orai, Vigiai, batei vossos atabaques e criai estratégia para que possamos nos proteger e fortalecer.

sc3a3o-paulo-2006

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