Juliana Alves, a Suellen de “Caminho das Índias”, escapou da pecha de ex-BBB

FONTEPor Luana Borges, do UOL
Jorge Rodrigues Jorge/ CZN

Apesar da aparência voluptuosa, Juliana Alves nem de longe tem o ar espalhafatoso de Suellen, sua personagem em “Caminho das Índias”, da Globo. Meiga e discreta, a atriz não se considera expansiva, ainda que seja bem-humorada e não tenha muitas papas na língua. “Adoro brincar, mas não me acho extrovertida. A não ser quando estou em um ambiente com gente conhecida”, admite. Mas nem sempre é essa a impressão que Juliana causa. Isso porque ela, que também é bailarina, adora se soltar na pista de dança. “A única hora que sou extrovertida é quando estou dançando. Mas, no dia a dia, sou mais na minha”, confessa.

Essa discrição não pode ser atribuída ao papel da atriz na trama de Glória Perez. A fogosa Suellen, que trabalha como garçonete na pastelaria de dona Ashima, de Mara Manzan, está sempre disposta a encarar uma noite na gafieira. Para compor a personagem, ela conta com a ajuda do figurino exuberante, com acessórios extravagantes. “A marca registrada dela é usar braceletes, desde os mais simples até os cheios de ‘strass'”, diverte-se.

Para dar conta do bailado, Juliana frequentou aulas de dança de salão. Mas como a dança faz parte de sua vida desde os quatro anos de idade, a atriz não teve a menor dificuldade em aprender os passos. “Quando a coreografia estava montada, a professora me passava para eu praticar”, conta.

Aos 27 anos, Juliana já atuou em produções como “Prova de Amor”, da Record, “Amazônia – De Galvez A Chico Mendes”, da Globo, além de ter feito participações em seriados como “Faça Sua História” e “A Grande Família”. A atriz também recebeu elogios com seu último papel em “Duas Caras”, quando interpretou a fogosa Gislaine. “Pensei que fosse viajar depois da novela, fazer vários cursos ao mesmo tempo. Não esperava ser chamada para tantas participações”, diz.

Juliana, que começou a estudar teatro aos 12 anos, admite nunca ter pensando seriamente em atuar na tevê. A oportunidade surgiu depois de sua participação na terceira edição do “Big Brother Brasil”. Apesar disso, ela raramente é lembrada como uma ex-“BBB”. “De tanto dar entrevista e falar sobre isso, as pessoas acabam lembrando”, conta. Curiosamente, na novela, Suellen sonha em participar do “reality”. “Penso em algumas pessoas da casa e imagino como seriam o sentimento e as necessidades da Suellen”, conta Juliana, sonhando com seu próximo papel. “Quero interpretar uma personagem sem maiores vaidades, pura, bem diferente das últimas”, diverte-se.

A atriz também se sente à vontade com o elenco. Diante de tantos veteranos, ela aproveita para aprender tudo o que pode. “Minha personagem não tem família, mas tem vários amigos e pessoas com quem se relaciona”, comemora ela, que faz par romântico com Stênio Garcia, intérprete do Dr. Castanho. O casal ainda não engatou uma relação sólida, mas Juliana torce para que eles se entendam. Afinal, o psiquiatra – outro exímio dançarino – proporciona à moça bons momentos, não só nos bailes, como em restaurantes chiques. “Ele é um galanteador e mexe com a vaidade dela. Mas ela diz que está ‘cozinhando’ o Dr. Castanho. Isso significa que a Suellen está esquentando a relação para ver se vale a pena”, explica.

A mesma cautela Juliana tem ao avaliar seu próprio trabalho. Autocrítica e “pé no chão”, ela não esconde a insatisfação ao ver no ar algumas de suas cenas. Muitas vezes são pequenos detalhes que a desagradam. “Acontece de eu não gostar da maneira como falei uma palavra”, exagera. “No teatro, você tem a oportunidade de melhorar dentro da mesma situação e na tevê é só uma chance. Amanhã é outro texto”, compara. Ela chega a ser dura consigo mesma. “Ainda não estou satisfeita. Mas sempre busco melhorar”, ressalta.

Mas é impossível negar que o esforço de Juliana está sendo reconhecido. Desde que estreou na tevê em “Chocolate Com Pimenta”, em 2003, não parou mais. Mas, para a atriz, não é apenas o talento que importa. “Acho que a nossa carreira depende de oportunidade, de perseverança e de sorte também”, avalia.

 

 

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