Léo Santana – Parangolé

Enviado por / FonteDo Portal SG

Quem nunca ouviu em alguma rádio o sucesso “Balacobaco“? Junto com esse hit, praticamente todo o repertório da banda Parangolé está estourado não só na Bahia como em outros Estados. O grupo existe há mais de dez anos, mas sob o comando do vocalista Léo Santana, 20, foi apenas a segunda vez que se apresentou.

SG: Recentemente você recebeu o troféu Dodô e Osmarcomo cantor revelação do carnaval de Salvador de 2009, desbancando inclusive o cantor Eddie doFantasmão, grande favorito ao prêmio. O que mudou depois disso?

Léo: Muita coisa. Primeiro porque foi uma surpresa, para mim, receber esse troféu. Claro que eu estava confiante,principalmente pelo fato de que todas as pessoas que fazem parte do Parangolé estão trabalhando muito para consolidar o sucesso da banda, mas realmente não esperava. E agora, tanto em termos de agenda como de cachê, melhorou bastante.

SG: E como está a expectativa para subir pela segunda vez nos palcos de Juazeiro pelo Parangolé?

Léo: A gente sabe que a aceitação da banda pelas pessoas está grande, graças a Deus, mas mesmo assim sempre dá aquele frio na barriga logo no início dos shows. Depois o sangue ferve e é só descer a madeira (risos)

SG: Você vai completar 21 anos no dia 22 de abril e está no seu segundo ano à frente do grupo. O que você sente estando no auge assim tão jovem?

Léo: Às vezes eu me pego pensando nisso e acho que a ficha não caiu completamente. Estou no Parangolé há um ano e meio, mas já fui vocalista da banda Pegada de Ghetto. Comecei cedo na música e agora estou colhendo bons frutos, mas são frutos do nosso suor. Vale à pena ter essa responsabilidade mesmo com 20 anos.

SG: Por falar em sucesso, foi difícil saber administrar essa mudança tão grande na sua vida, já que você é de família humilde?

Léo: Procuro não me iludir muito e não deixar o sucesso subir à cabeça. Eu nasci no Periperi, subúrbio de Salvador, mas passei a maior parte da vida em Boa Vista do Lobato, bairro vizinho. Já passei por muita coisa para chegar onde estou e acho que os valores que a minha família passou não permitem cair nessa cegueira. Humildade é uma grande virtude.

SG: E como nasceu seu interesse pela música?

Léo: Quando criança, sempre tinha brincadeira de música com meus avós. Geralmente na época de São João, eu viajava para Valente, no interior da Bahia, cidade em que eles moravam. E esse costume de cantar, dançar, sempre foi mantido. Talvez tenha surgido daí minha paixão pela música. Depois disso, com uns 13 anos, eu passei a tocar pandeiro numa banda. Só que eu ficava meio sumido, só os cantores faziam sucesso. O pessoal da banda namorava e para mim só ficavam os elogios “Nossa! Como ele é novinho”. Então eu fui me aprimorando, estudando até que entrei na Pagada de Ghetto e pouco tempo depois veio o convite do Parangolé.

SG: Falando de namoro, como está o coração do Léo Santana?

Léo: (risos) Olha, eu posso dizer que o meu coração está livre e desocupado. Estou solteiro, a maior parte do tempo dedicada à banda, mas estou à procura de um grande amor, um amor de verdade.

SG: Mudando de assunto, como anda a agenda do Parangolé?

Léo: Graças a Deus estamos com muito trabalho, o carnaval terminou, mas a gente continua no batente. A banda está fazendo uma média de 15 shows por mês.

(Foto: Reprodução/ Instagram @leosantana)

SG: O grupo está estourado nas paradas de sucesso e não somente com uma música. Quase todo o repertório está na boca do público. O segredo desse sucesso é o pé quente do Léo?

Léo: O trabalho do Parangolé vem não só de mim como de toda a equipe: músicos, dançarinos, produtores… Acho que o segredo está nas pessoas. Nosso trabalho depende delas. Se você cair no gosto popular, o sucesso é garantido. Um exemplo são as nossas músicas carro-chefe: no trabalho anterior, lançamos Mamoeiro, mas o Desce a madeira fez muito mais sucesso e hoje é a cara do Parangolé. O mesmo aconteceu dessa vez. A música principal do novo repertório seria Te quero toda, mas o Balacobacoestá na boca da galera.

SG: Como você lida com o assédio das fãs?

Léo: Eu gosto bastante. É sinal que nosso trabalho está sendo reconhecido. E tanto homens quanto mulheres prestigiam nossos shows, nossa chegada às cidades. Claro que as mulheres são a maior parte, e demonstram mais esse carinho, mas sou muito grato a todo nosso público.

SG: Para encerrar a entrevista, vamos voltar a falar do carnaval de Salvador. Você cantou com Daniela Mercury num trio elétrico, se consagrou entre os grandes nomes da música baiana. O ano de 2009 veio cheio de conquistas. É o ano da sua vida?

Léo: Com certeza está sendo um ano de muitas realizações e com fé em Deus muitas ainda estão por vir. Para mim foi uma honra cantar ao lado dessa rainha do axé que é a Daniela. Eu só tenho a agradecer a ela e a todos os artistas que cantaram e cantam nossas músicas, que ajudam a divulgar nosso trabalho e principalmente aos nossos fãs. Sem eles tenho certeza de que o Parangolé não estaria onde está hoje. Um grande beijo a todas as pessoas de Juazeiro, Petrolina e região. Que todos continuem ouvindo as músicas do “Parango” e acompanhando nosso trabalho.

 

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