Lideranças Preta na TI: Qual é a realidade das pessoas pretas quando se trata de ocuparem altos cargos nas grandes empresas deste setor?

FONTEPor Lilian Christine Lopes Pereira, enviado ao Portal Geledés
(Foto: Adobe /Stock)

A evolução das tecnologias e a crescente demanda por profissionais da área de TI têm ocasionado mudanças significativas nas empresas brasileiras, com o objetivo de se adaptar ao novo cenário. No entanto, a diversidade não tem sido priorizada nesse contexto e acaba sendo apenas um discurso bonito, que não tem funcionado no dia a dia das companhias.

A McKinsey & Co. trouxe em um relatório uma estimativa que no ritmo atual levará cerca de 95 anos para os funcionários negros atingirem a “paridade de talentos” no setor privado. Dados do Kapor Center entre 2014 e 2021 mostraram que a indústria de tecnologia aumentou a representação negra em apenas 1%, e que os negros ainda recebem 4% menos do que seus pares e muitas vezes são contratados para funções de nível inferior ao que estão qualificados.

O talento negro da tecnologia só representa 4,4% das funções do conselho, 3,7% das funções técnicas e 4% da liderança executiva. Esta é uma estatística que necessita de um trabalho forte sendo feito no topo para mudar e assim passar a possibilitar que mais trabalhadores negros tenham acesso à igualdade de oportunidades no setor privado.

Embora muitas empresas tenham adotado discursos comprometidos com a igualdade e a equidade de gênero, a realidade mostra que esses princípios não são praticados eficazmente e ainda são muito tímidos. Dados do IBGE informam que a renda média mensal dos trabalhadores brancos é de R$ 3.065,00, já a dos trabalhadores negros é de R$ 1.721,00.

Por mais que a contratação de pessoas negras para cargos de liderança possa ser um desafio, é necessário que as empresas brasileiras de TI passem a prezar pela diversidade e inclusão no mercado de trabalho.

Não somente isso, é preciso que essas empresas iniciem programas de capacitação, desenvolvimento e formação de pessoas negras, para que elas possam ocupar cargos de liderança com mais facilidade e frequência. Dessa forma, elas poderão contribuir com suas experiências, habilidades e conhecimentos para o crescimento das empresas de TI, para a melhoria da economia brasileira e na vida de mais pessoas pretas em geral.

Será que as pessoas pretas não são competentes ou preparadas suficiente para estar na liderança e/ou nos melhores cargos?

Adriano Jeremias é Mentor e Palestrante sobre liderança dentro das empresas. Atua há mais de 15 anos na área de tecnologia, implementando soluções de negócios inovadoras e baseadas em dados para exceder as metas de vendas e receita das empresas. Pós-graduado pelo Centro Universitário Eniac após obter Bacharelado em Sistemas de Informação pela mesma instituição.

Também possui formação como palestrante profissional em liderança em uma das mais respeitadas instituições do setor, Instituto Gente, onde foi mentorado pelo mestre Roberto Shinyashiki.

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE.

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