Magalu abre segundo programa de trainees exclusivo para profissionais negros

Com 21% de negros em cargos de liderança corporativa, empresa reedita contratação apenas de pretos e pardos, com salários de R$ 6,8 mil

FONTEO Globo
Unidade do Magazine Luiza no Ribeirão Shopping — Imagem retirada do site G1

O Magazine Luiza anunciou hoje a abertura de inscrições para o seu segundo programa de trainees exclusivo para profissionais negros. 

Em busca de uma forma de aumentar o número de empregados pretos e pardos em posições de liderança, a companhia resolveu repetir a exclusividade para pessoas negras na edição deste ano de seu programa de trainees.

No ano passado, o lançamento do programa de trainees do Magalu voltado exclusivamente para negros gerou muitos elogios, mas também críticas, que cercaram a iniciativa de polêmicas.

Houve tentativas de barrar a seleção com ações judiciais, que foram rechaçadas pelo Ministério Público do Trabalho. A empresa foi adiante, recebeu mais de 22 mil inscrições e contratou 19 trainees.

Outras companhias lançaram ações semelhantes desde o ano passado, como Bayer e Ambev.

Salário de R$ 6.800 e benefícios

Repetindo os critérios do ano passado, poderão participar este ano da seleção universitários e recém-formados de nível superior de todo o Brasil — desde que dispostos a se mudarem para São Paulo, sede da empresa.

Além de um salário de R$ 6.800, os selecionados de outras regiões do país receberão auxílio financeiro para a mudança. Eles terão também uma bolsa para estudar inglês e mentoria para funções executivas.

O objetivo é recrutar profissionais em início de carreira. Portanto só serão aceitos os formados entre dezembro de 2018 e dezembro de 2021, em qualquer curso superior. As inscrições podem ser feitas aqui.

Segundo a empresa, fluência em língua inglesa, experiência profissional anterior, idade ou reputação da instituição de ensino em que estudaram os candidatos não influenciarão os critérios de escolha.

Esses são alguns dos fatores que, segundo especialistas em Recursos Humanos, deixam em desvantagem jovens negros em seleções sem critério racial.

O processo seletivo será feito em seis etapas, de testes on-line a entrevistas com a diretoria executiva. Os finalistas terão, na última etapa, uma conversa com Frederico Trajano, presidente da empresa.

Minidoc com primeiros trainees

Além de anunciar o novo programa, o Magalu divulgou um minidocumentário em seu canal do Youtube, com depoimentos dos trainees contratados na primeira edição e a reação dos executivos à polêmcia que cercou o primeiro programa. Veja aqui:

Em um comunicado divulgado nesta terça-feira, a diretora executiva de Gestão de Pessoas do Magalu, Patricia Pugas, afirmou que a a diversidade se tornou uma questão estratégica para a empresa, que quer aproximar o perfil étnico dos ocupantes de cargos de gerência para cima ao da demografia brasleira.

Enquanto 56% da população se declara preta ou parda, segundo o IBGE, o Magalu tem 51,8% de funcionários negros. No entanto, segundo um levantamento interno feito este ano, essa proporção é de 41,5% nas posições de coordenação.

Quando são considerados cargos de liderança na área corporativa, a parcela de negros é ainda menor: 21% dos líderes nos escritórios do Magalu.

‘Diversidade é estratégico’, diz diretora

Para mudar isso, segundo a empresa, a estratégia escolhida foi a formação de novos executivos. Foram estabelecidas metas interas de contratação de negros e uma política de promoção que incentive a diversidade nos cargos.

“Nossa intenção é que tanto o quadro geral de colaboradores quanto o de liderança da companhia reflitam a composição racial do país, e um único programa exclusivo para negros não seria suficiente para atingirmos o objetivo”, afirmou Patricia. Pugas “Diversidade é um valor e é estratégico para o Magalu. 

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