Malala comanda editoria de opinião da The Economist no Mês da Mulher

Ativista paquistanesa e Nobel da Paz é a primeira especialista já convidada a comandar a seção de opinião da revista britânica. No Dia Internacional da Mulher, Malala publica artigo autoral com duras críticas a líderes globais e abre espaço para jovens mulheres ativistas do Afeganistão, África do Sul, Serra Leoa e Uganda analisarem a situação de emergência da educação de meninas no mundo.

Malala Yousafzai (Arte: Agnès Ricart)

O artigo de Malala Yousafzai publicado nesta terça-feira (08/03) na seção de opinião “By-Invitation”, da revista britânica The Economist, elogia a determinação de meninas ativistas no Brasil e critica a forma como governantes ignoram o direito à educação.

“Todas as meninas sabem muito bem como o mundo falha com elas. De escolas na Nigéria a campos de refugiados no Iraque ou oficinas de arte no Brasil, as meninas que eu encontro ao redor do mundo sempre compartilham histórias pessoais inspiradoras e críticas inteligentes sobre o poder, que informam e influenciam minha campanha pela educação de meninas por meio do Fundo Malala”, escreve.

O Fundo Malala, co-fundado em 2013 por Malala e seu pai, Ziauddin Yousafzai, inspirados na trajetória de ambos como ativistas locais no Paquistão, apoia programas, educadores e organizações que atuam nos países com os piores índices educacionais para garantirr educação pública de qualidade a crianças e adolescentes e o retorno à sala de aula de cerca de 130 milhões de meninas no mundo que estão fora da escola. 

Como editora convidada da The Economist, a Nobel da Paz abriu espaço para quatro jovens ativistas – amigas e também conselheiras do Fundo Malala –, para analisar temas profundamente conectados com a educação de meninas no mundo: conflito, clima, inclusão digital e discriminação. 

Kiara Nirghin, inventora e cientista da África do Sul, é colaboradora frequente do blog Assembly, publicação digital do Fundo Malala feita por meninas e para meninas com base na experiência de Malala, aos 11 anos no Paquistão, quando escrevia um blog para a BBC sobre as ameaças do talibã. A ativista pelos direitos das mulheres Freshta Karim escreve sobre a experiência de fugir do Afeganistão. TK Saccoh, de Serra Leoa, reflete sobre como o racismo e a discriminação baseada em gênero afetam o aprendizado das meninas e como professores podem ajudar. Vanessa Nakate, ativista pelo clima no Uganda, pede uma abordagem inclusiva nos debates e leis sobre questões ambientais globais.   

“Acredito que o mundo deveria ouvir mais as meninas e jovens mulheres e dar a elas plataformas mais amplas para falarem”, complementa Malala no artigo. “Espero que eles [os artigos das ativistas convidadas] lembrem vocês sobre como as meninas e mulheres podem contribuir quando recebem ferramentas para terem sucesso – e por que devemos encontrar uma maneira de garantir que todas as meninas possam completar 12 anos de educação gratuita, segura e de qualidade.”

A Nobel da Paz ainda aponta dados alarmantes. Desde o início da pandemia de Covid-19, dois terços dos países de baixa e média renda cortaram os gastos com educação. Em 2020, o Fundo Malala estimou que a pandemia poderia forçar quase 20 milhões de meninas com idades entre 11 e 18 a abandonarem a escola. “A pandemia, as mudanças climáticas, o racismo e as desigualdades têm exacerbado os problemas que as meninas enfrentam”, destaca a co-fundadora do Fundo Malala. 

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