Malala fala sobre barreiras no acesso à educação de meninas no Brasil

A Nobel da Paz Malala, uma voz reconhecida em todo mundo na defesa da educação, falou com exclusividade ao Fantástico. A reportagem mostra como as ações da paquistanesa impactam jovens no Brasil, que já estão transformando as escolas nas comunidades em que vivem.

FONTEPor Fantástico, no G1
Foto: Jessica Rinaldi/AP

Fantástico conversou com exclusividade com Malala Yousafzai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2014. As ações da paquistanesa impactam jovens do Brasil, que já estão transformando as escolas nas comunidades em que vivem.

Meninas de todo o país falam o que querem na educação pública. Elas se reuniram por dois meses com ativistas do Fundo Malala no Brasil para escrever um texto que divulgaram essa semana, num encontro em Recife, Pernambuco. É um manifesto – uma denúncia dos problemas no sistema de ensino.

“Moro na comunidade da Maré. Recentemente eu tive um episódio em que fui pra escola bem chateada mesmo porque ocorreu uma operação policial. Às vezes, não consigo nem chegar ao colégio. E quando chego atrasada, às vezes nem mesmo a escola entende essa falta”, conta Talita Nogueira, de 18 anos.

Malala Yousafzai quase pagou com a própria vida por defender que educação é um direito básico de todos. Aos 15 anos, ela foi baleada na cabeça pelo Talibã quando voltava da escola. O grupo extremista proibia mulheres de estudar no Paquistão. Hoje, ela vive em Londres, foi a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel, e apoia o trabalho de ativistas pela educação em oito países, incluindo o Brasil. “Meu mundo mudou, mas eu, não”, diz.

“Suas vozes devem ser ouvidas pelos que estão concorrendo nas eleições. Eles se tornarão os futuros líderes deste país e precisam garantir que os problemas que as meninas enfrentam não sejam ignorados”, diz Malala.

Meninas atendidas pela Rede Malala fizeram questão de divulgar o manifesto. O documento é escrito por 21 diversas meninas brasileiras, incluindo negras, indígenas, trans, com deficiência e aquelas que são da zona rural.

“Existem meninas que têm diferentes desafios, diferentes barreiras no acesso à educação. Por isso comecei meu trabalho no Brasil. Outras pessoas se tornam os representantes deles, mas acho que as meninas podem ser líderes, podem ser agentes de mudança. Elas podem dizer aos líderes o que precisa ser feito”, diz Malala ao explicar por que escolheu o Brasil.

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