Manifestantes entram em confronto com a polícia nos EUA após morte de jovem negro

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Manifestantes protestam em Minneapolis, no estado americano de Minnesota, contra a morte do cidadão negro Daunte Wright em 11 de abril — Foto: Nick Pfosi/Reuters

Manifestantes entraram em confronto com a polícia neste domingo (11) em Brooklyn Center, cidade próxima a Mineápolis, após um policial matar um homem negro durante uma abordagem.

A morte de Daunte Wright, de 20 anos, ocorreu a cerca de 15 km de onde George Floyd foi morto, em maio do ano passado, também durante uma ação policial nos Estados Unidos (veja mais abaixo).

A polícia do Brooklyn Center disse que os policiais pararam um homem devido a uma infração de trânsito, pouco antes das 14h, e descobriram que ele tinha um mandado de prisão em aberto.

Enquanto a polícia tentava prendê-lo, ele entrou no veículo e um policial atirou, segundo a corporação. O motorista ainda dirigiu por vários quarteirões antes de atingir outro veículo e morrer no local.

A versão da família é diferente. A namorada de Daunte diz que ele levou um tiro antes de voltar para o carro. Ela estava no veículo e ficou ferida na batida, mas não corre risco de vida.

A mãe de Daunte, Katie Wright, disse que seu filho ligou para ela quando foi parado e ouviu os policiais dizendo para ele sair do carro.

Durante a ligação, Katie disse que ouviu discussões e, em seguida, alguém dizendo “Daunte, não corra” antes de a ligação terminar.

Quando ela ligou de volta, a namorada de seu filho atendeu e disse que ele havia levado um tiro.

Manifestantes protestam no domingo (11) em Brooklyn Center, subúrbio de Minneapolis, após a morte de Daunte Wright durante uma abordagem policial — Foto: Christian Monterrosa/AP

Protestos contra a morte
A morte de Daunte Wright causou revolta na população, que foi protestar em frente ao departamento de polícia de Brooklyn Center. Cerca de 200 pessoas marcharam em direção ao local.

Um grupo jogou pedras contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha. A Guarda Nacional de Minnesota foi enviada para a cidade.

O prefeito de Brooklyn Center, Mike Elliott, decretou toque de recolher da 1h às 6h e chegou a pedir aos manifestantes: “permaneçam pacíficos”. “Os manifestantes pacíficos não são enfrentados com força”.

O governador de Minnesota, Tim Walz, disse que estava “orando pela família de Daunte Wright, enquanto nosso estado lamenta outra vida de um homem negro levado por policiais”.

20 lojas saqueadas
Após a quantidade de policiais diminuir no local, a multidão acendeu velas e escreveu mensagens na rua como “Justiça para Daunte Wright”.

Mas os confrontos voltaram pouco depois, quando outro grupo de centenas de manifestantes chegou à sede da polícia e de novo a polícia usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

John Harrington, secretário de Segurança do estado de Minnesota, disse que “pedras e outros objetos foram atirados” contra a polícia e 20 lojas de um centro comercial foram saqueadas.

Harrington afirmou ainda que a Guarda Nacional aumentará sua presença na região nesta segunda-feira (12).

George Floyd
A morte ocorre durante o julgamento de Derek Chauvin, ex-policial de Mineápolis acusado de matar George Floyd, que entra hoje em sua terceira semana de depoimentos.

Em uma abordagem policial, Chauvin ajoelhou-se sobre o pescoço de Floyd, que já estava algemado, asfixiando-o até a morte. Ele tinha 40 anos e havia sido detido por suspeita de usar notas falsas em um mercado.

A morte de Floyd despertou uma onda de protestos em todo o mundo por igualdade racial e contra a violência policial, impulsionando o movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam) e a discussão sobre racismo.

Floyd repetiu “eu não consigo respirar” por 27 vezes enquanto Chauvin o sufocava, durante 9 minutos e 29 segundos. O ex-policial de Minneapolis se declarou inocente e pode pegar até 40 anos de prisão se for condenado pela acusação mais grave.

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