Mapa da Desigualdade: Morador do Alto de Pinheiros vive 22 anos a mais do que quem mora em Cidade Tiradentes

Residente do bairro da Zona Oeste vive 80,9 anos, em média, e quem mora no extremo da Zona Leste vive 58,3 anos.

FONTEG1, por Tatiana Santiago
Praça do Pôr do Sol, no Alto de Pinheiro, na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Ronaldo Silva/Estadão Conteúdo

Um morador do Alto de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, vive cerca de 22 anos a mais do que um morador da Cidade Tiradentes, no extremo da Zona Leste de São Paulo. É o que mostra o Mapa da Desigualdade 2021, estudo divulgado nesta quinta-feira (21) pela Rede Nossa São Paulo.

Enquanto a média de vida em Pinheiros de 80,9 anos, em Cidade Tiradentes diminui para 58,3 anos. A média geral da cidade de São Paulo é de 68,2 anos.

A crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19 contribuiu para o aumento da pobreza e discrepância social na cidade.

O cálculo utilizado para a média de idade é equivalente à soma das idades ao morrer dividida pelo número total de mortes. Depois, a rede estabelece o “Desigualtômetro”, que mede a distância entre o melhor e o pior indicador.

Mapa da Desigualdade 2021 da Rede Nossa SP — Foto: Arte G1

A média utilizada na pesquisa é diferente da “expectativa de vida”, que é uma projeção do número de anos que a população de um local deve viver caso sejam mantidas as mesmas condições do nascimento.

O Mapa da Desigualdade é desenvolvido pela Rede Nossa SP anualmente desde 2012. Ele compara dados públicos sobre os 96 distritos de São Paulo com objetivo de ampliar o acesso às informações e auxiliar na elaboração de políticas públicas.

Idade média ao morrer na cidade de São Paulo com dados de cada distrito, de acordo com dados do Mapa da Desigualdade — Foto: Rede Nossa SP
Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo — Foto: TV Globo/Reprodução

Mortalidade Covid

O Mapa da Desigualdade também mostra que morreram 2,2 vezes mais pessoas na região do Parque do Carmo, na Zona Leste da capital, do que em Engenheiro Marsilac. Enquanto o Parque do Carmo registrou uma média de 23,4 casos, Marsilac teve 10,6.

A taxa de mortalidade proporcional por Covid-19 foi calculada em relação ao total de óbitos por distrito.

Piores bairros

Dos dez bairros que mais aparecem com os piores índices de educação, saúde, habitação e mobilidade, sete estão localizados na periferia da cidade: Iguatemi, Parelheiros, Jardim Ângela, Brasilândia, Marsilac, Perus e Lajeado.

“Numa cidade como São Paulo, a gente percebeu que existe uma comorbidade que é o local onde essa pessoa mora, as áreas periféricas que distritos que estão mais nas periferias tem uma determinada comorbidade, que é habitação precária, que é saúde e educação de uma menor qualidade, oferta de infraestrutura de água, de esgotamento sanitário”, afirmou Jorge Abrahão, coordenador geral da Rede Nossa SP.

Já entre os bairros com melhores índices, nenhum está localizado na periferia da cidade. Moema, República, Vila Mariana, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros e Santo Amaro estão entre os sete melhores.

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