Merkel promete combater intolerância após passeata recorde contra Islã

BERLIM (Reuters) – Um dia depois de manifestantes anti-Islã marcharem em números recordes em Dresden, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que seu governo fará tudo o que puder para lutar contra a intolerância, chamando a discriminação religiosa de “humanamente repreensível”.

Por Noah Barkin e Stephen Brown  Do R7

Cerca de 25 mil manifestantes, alguns carregando cartazes que mostravam Merkel com um lenço na cabeça, realizaram uma passeata em Dresden na segunda-feira para exigir regras imigratórias mais severas e um fim ao multiculturalismo na Alemanha, casa de 4 milhões de muçulmanos, a maioria de origem turca.

O movimento chamado Pegida, ou Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente, atraiu menos simpatizantes em outras cidades, e contraprotestos, que se opunham ao racismo, tiveram um número bem maior de participantes.

Falando em Berlim, Merkel expressou um dos seus mais fortes repúdios ao Pegida.

“O que precisamos fazer agora é usar todos os meios à nossa disposição para combater a intolerância e a violência”, disse ela.

“Excluir grupos por causa da sua fé, isso não é digno do Estado livre em que vivemos. Isso não é compatível com os nossos valores essenciais, e é humanamente repreensível. Xenofobia, racismo, extremismo não têm lugar aqui”, acrescentou.

Uma pesquisa recente da Fundação Bertelsmann mostrou que 57 por cento dos alemães que não são muçulmanos se sentem ameaçados pelo Islã. O levantamento foi feito antes dos ataques em Paris.

Na segunda-feira, Merkel declarou que o Islã era uma parte central da Alemanha moderna, um comentário que foi estampado nas primeiras páginas dos jornais.

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