Metade dos brasileiros não completou o ensino fundamental, revela IBGE

Apesar do aumento de 15,1% do número de pessoas de 25 anos ou mais de idade que completaram oito anos de estudo de 1998 a 2008, metade dos brasileiros (50,2%) não concluíram o ensino fundamental. É o que mostra a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta sexta-feira.

Fonte: Folha de São Paulo 

Em 1998, 65,3% das pessoas de 25 anos ou mais idade tinham o ensino fundamental incompleto. Em 2003, essa taxa caiu para 58,6% e, ano passado, atingiu 50,2%.

 

Especialistas disseram que ao reduzir a proporção daqueles que tinham o ensino fundamental incompleto, nota-se uma melhora dos níveis subsequentes. Porém, a pesquisa do IBGE registra que apenas 21,5% dos entrevistados tinham o ensino médio completo e 9,5% o superior concluido.

 

A média de estudos no país de pessoas de 25 anos ou mais de idade era de 7 anos em 2008, o que representa uma escolaridade que não atingiu a conclusão do ensino fundamental. Em 1998, os brasileiros desta faixa etária completaram apenas 5,6 anos de estudos.

 

Por meio da pesquisa de 2008 foi possível verificar a ocupação dos jovens de 20 a 24 anos. Os dados do levantamento apontam que das 16,5 milhões de pessoas desta faixa etária, a metade (53,5%) só trabalha, 17,1% cuida dos afazeres domésticos, 15,0% trabalha e estuda, 9,2% só estuda e 5,2% não realiza nenhuma atividade.

 

Mulheres

 

Outros dados que chamaram a atenção no levantamento se referem as mulheres que têm mais escolaridade, porém ganham menos em todas as posições na ocupação. Segundo pesquisadores, a média de estudos das mulheres é superior a dos homens, o que, de certa forma, pode contribuir para um ingresso mais tardio no mercado de trabalho.

 

Em 2008, na área urbana, a média de escolaridade das mulheres ocupadas foi de 9,2 anos de estudos, enquanto para os homens foi de 8,2. Na área rural, a média de anos de estudo, apesar de estar em patamares mais baixos, também é favorável às mulheres, 5,2 contra 4,4 anos.

 

Entre as pessoas com 12 ou mais anos de estudo (nível superior completo ou incompleto), a desigualdade entre homens e mulheres é ainda maior. Verificou-se, em 2008, que no Brasil, de cada cem pessoas com 12 anos ou mais de estudo, 56,7% eram mulheres e 43,3% eram homens.

 

Essa diferença se verifica em todo o país, chamando a atenção para os Estados do Maranhão, Piauí, Sergipe, Pernambuco, Tocantins e Mato Grosso do Sul com as maiores diferenças.

 

Mesmo com maior escolaridade, a proporção de mulheres dirigentes (4,4%) ainda é inferior à proporção dos homens (5,9%). No Sul, Sudeste e Centro Oeste, as diferenças são acentuadas entre homens e mulheres em contraposição ao Norte e Nordeste.

 

Em todas as posições de ocupação, o rendimento médio dos homens é maior que das mulheres. A maior diferença de rendimento é na posição de empregador, onde os homens auferem, em média, R$ 3.161, enquanto as mulheres apenas R$ 2.497. Ainda segundo o estudo, a menor diferença entre os salários de um casal é na posição de empregado sem carteira assinada.

 

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