Metaverso – estamos transformando a vida em game?

FONTEPor Vitorí da Silva, enviado ao Portal Geledés
Foto: Arquivo Pessoal

Há muitos anos, os saltos tecnológicos impactam toda a sociedade humana de forma avassaladora. Enquanto escrevo, imagino tecnologias do passado e outras mais recentes, como, por exemplo, carros, eletricidade e smartphones.

Hoje, gostaria de compartilhar minha vivência. Ser uma testemunha do ano de 2012 até 2022. Bora?

Talvez você já tenha ouvido falar no que vou chamar de “Meta Verso” ou Universo Virtual.

Trarei exemplos de universos que me deparei durante a vida e que foram alguns dos meus favoritos. Atualmente, percebo o impacto e os resultados na construção de quem sou. 

Assim como muitas pessoas nascidas em 1998, eu sempre passei muito tempo no computador. E essa tecnologia serviu de plataforma para acesso à informação e, principalmente, para conhecer outras pessoas. 

Com o avanço do acesso da internet, desenvolvemos a possibilidade de ir para um hotel e conhecer pessoas sem sair de casa. O que eu quero dizer é que: no ano de 2001, foi lançado o Habbo Hotel em modo beta.

O “jogo”, que possui um modelo de negócio inovador, com foco no mercado adolescente, inclui um sistema de vendas e pagamentos, além de um sistema de comunidade, créditos e recursos de segurança, e já se expandiu para 31 países em cinco continentes

imagem retirada do site oficial do Habbo Hotel no dia 07/05. – https://www.habbo.com.br/

O jogo basicamente é:
Um hotel, que pode ser acessado por usuários que têm internet e fazem login. Em uma das primeiras páginas, o usuário é levado para uma tela chamada “vista do hotel” ou “cafofo”. Nessa tela você já pode usar a barra de botões, onde é possível conversar com pessoas através do bate-papo. Tive muitos webamigos e webromances quando jogava. O slogan do jogo é “Faça amigos, divirta-se e seja famoso” e realmente entrega a experiência que promete. 

Segundo uma reportagem da revista IstoÉ, cinco milhões de brasileiros têm experiência com novas tecnologias imersivas. Assim, negócios desenvolvidos com intersecção no Meta Verso devem movimentar mais de R$800 bilhões globalmente até 2024 e converter a vida humana num grande game.

É o chamado “Metaverso”, que o Facebook transformou em estratégia de negócio e a Microsoft, além de investir e movimentar, acredita que será o futuro das reuniões remotas corporativas. 

Já ouvimos falar de “Gig Economy” como uma alternativa para trabalhar (e também da sua problemática).

Mas, nessa nova era tecnológica em franca ascensão e velocidade, os usuários podem trabalhar, se relacionar com pessoas, comprar roupas, viajar e ir a shows de maneira totalmente digital e com sensações imersivas e instantâneas.

E junto com esse movimento, startups borbulham na tentativa de surfar a onda com serviços que se encaixem nesse salto da humanidade. Exemplos de negócios visionários que vejo e impactam muito nosso momento atual: Fortnite, Twitch, Binance, iFood, Uber, entre outros.

Acredito ainda que tal impacto trará a nós, seres  humanos, dimensões que atravessam o psicológico, a cultura, saúde, aspectos financeiros, dentre outros.  Tal impacto pode-se afirmar ainda como imensurável e infinito, muitas vezes trazido em projetos que se encaixam em segmentos de estudos e projetos que muitos chamam de “sci-fi”, futurismo, afrofuturismo, entre outros.

Mas uma coisa é certa, o mundo “pararelo virtual” ou “Meta Verso” está se desenvolvendo mais rápido que as questões normativas e aspectos éticos envolvidos. Num curto período de tempo, teremos hologramas na intersecção da nossa rotina. E independente de concordarmos ou não, acontecerá. Ou melhor: está acontecendo.

Gostaria de deixar a seguinte reflexão para você, pessoa que leu até aqui: 

De que forma queremos que a internet e o universo on-line atravesse o universo off-line?
E, afinal, quem decide isso?

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDAD

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