#MeuExAbusivo: Relatos de quem já viveu relacionamentos tóxicos viralizam

FONTEDo Bhaz
Imagens alusivas ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de Março, em campanhas de combate à violência contra a mulher (Twitter/Reprodução)

O assunto viraliza um dia depois de Belo Horizonte computar mais uma morte violenta de uma mulher – e seu filho – por um homem suspeito de ameaçá-la há muito tempo.

A edição do Atlas da Violência deste ano mostra que a taxa de homicídio de mulheres cresceu acima da média nacional em 2017. O estudo, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que, enquanto a taxa geral de homicídios no país aumentou 4,2% na comparação 2017-2016, a taxa que conta apenas as mortes de mulheres cresceu 5,4%.

Mortes dentro de casa

Em 28,5% dos homicídios de mulheres, as mortes foram dentro de casa, o que o Ipea relaciona a possíveis casos de feminicídio e violência doméstica. Entre 2012 e 2017, o instituto aponta que a taxa de homicídios de mulheres fora da residência caiu 3,3%, enquanto a dos crimes cometidos dentro das residências aumentou 17,1%. Já entre 2007 e 2017, destaca-se ainda a taxa de homicídios de mulheres por arma de fogo dentro das residências que aumentou em 29,8%.

O Ipea mostrou ainda que a taxa de homicídios de mulheres negras é maior e cresce mais que a das mulheres não negras. Entre 2007 e 2017, a taxa para as negras cresceu 29,9%, enquanto a das não negras aumentou 1,6%. Com essa variação, a taxa de homicídios de mulheres negras chegou a 5,6 para cada 100 mil, enquanto a de mulheres não negras terminou 2017 em 3,2 por 100 mil.

A violência nos relacionamentos não é apenas a física. Pode ser psicológica, verbal e estar presente em pequenos detalhes do dia a dia da relação. Internautas deixaram comentários, com experiências próprias, na rede social nesta manhã. Confira:

Temática em sala de aula e nas ruas
A violência contra mulher é uma problemática que permeia todos os espaços da sociedade e, por essa razão, é cada vez maior o número de projetos e iniciativas desenvolvidas nos quatro cantos do país

Em Brasília (DF), professoras têm buscado discutir o assunto com seus alunos, conquistando reconhecimento público pelas iniciativas que capitaneiam.

Para ensinar aos alunos que ameaçar uma mulher, agredi-la fisicamente ou humilhá-la com xingamentos não são atitudes normais nem aceitáveis, a professora de língua espanhola Luana Moraes desenvolve um projeto que abrange diversas ferramentas sobre o tema. A iniciativa levou o 1º lugar no Prêmio Maria da Penha vai à Escola, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que será entregue no dia 19 de agosto.

No domingo (28), o Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro realizou, pelo quinto ano consecutivo, a Marcha das Mulheres Negras, na orla de Copacabana, zona sul da capital, com o tema “Mulheres Negras resistem: em movimento por direitos, contra o racismo, o sexismo e outras formas de violência”. O ato contou com a presença de mulheres negras de todas as idades, desde bebês a “vovós” de mais de 80 anos.

Coordenadora do fórum, Ana Gomes disse que o intuito do evento foi mostrar para o público as questões que afligem e mobilizam as mulheres negras no Rio de Janeiro e no país. Uma das reivindicações é dar visibilidade ao fato de que as mulheres negras são as maiores vítimas do feminicídio. Ainda segundo ela, apesar de a violência doméstica contra as mulheres brancas ter diminuído, os números referentes às mulheres negras aumentaram.

No ato, várias homenagens foram feitas à vereadora Marielle Franco, assassinada com seu motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018. Um crime que até hoje não foi completamente elucidado para a sociedade brasileira.

Com informações da Agência Brasil
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