Moda África e moda Bahia,similaridades?

Dando continuidade ao meu estudo sobre a moda africana abordo nesse texto o contexto em que se enquadra a Alta costura africana e faço um paralelo entre a moda de lá e as influências que a moda baiana sofre desse continente.

O vestuário africano mantêm-se entre povos envolvidos em movimentos negros como forma de identidade. Dentre os militantes e em regiões de maioria negra como a Bahia,especialmente em Salvador observamos que a cultura negra se impõe, e se externa principalmente pelo modo de vestir e pela atitude.

Ciclicamente os designers de moda voltam-se para a África para inspirar seus modelos por aqui. Um fato interessante a ser notado é que, nas poucas reportagens sobre moda onde negros são enfocados,verifiquei que as cores mais usadas são os tons terras (ocre- terracota).

A presença africana é sentida nos panos amarrados, nas roupas soltas no corpo, no colorido exuberante, na estamparia extravagante, no colo nu para as mulheres.

A maioria dos estilistas usa materiais locais, junto com alguns importados. Longe de querer ser uma expert no assunto esbocei algumas palavras a cerca da moda africana,com base no que li e em tudo que pesquisei posso afirmar que

poucas pessoas sabem que o mercado para moda africana ainda é incerto e frágil. Desenhos são inspirados principalmente por tendências locais tradicionais.

Porém, há estilistas cujo trabalho poderia ser considerado universal, às vezes com um toque africano sutil.Verifiquei observando os trabalhos de alguns estilistas africanos que os mesmos não são atentos às tendências de moda dos seus respectivos países, apesar do número crescente de espetáculos de moda e cobertura de imprensa. Devido à situação econômica e financeira de países africanos ocidentais, a maioria das pessoas não pode usufruir dessa moda, por causa dos preços relativamente altos de roupas de designer. Acredito que

estilistas precisam dar mais publicidade ao trabalho deles, e baixar os preços para encorajar que mais pessoas comprem seus produtos, assim como ocorre na Bahia que embora já possamos ver uma significada mudança de postura por parte dos designers baianos ,ainda não encontrou sua própria identidade e nem consegue caminhar com suas próprias pernas tendo liberdade de expressão.

Poucos estilistas africanos,também assim como na Bahia puderam ser reconhecidos internacionalmente.

Só agora é que um número crescente de estilistas está sendo convidado a participar em espetáculos na moda na Europa, Ásia, Estados Unidos e Canadá.

Poucos estilistas da moda africana são conhecidos na América Latina.

Nos tempos em que mudanças de padrões seguem critérios internacionais, a moda africana segue sua própria evolução .Encontrei muita similaridade com o contexto da moda baiana nesse aspecto.

Existe uma crescente tendência para o intercâmbio de técnicas e design tradicionais na moda contemporânea.

Em Paris, onde a África inspira regularmente ateliês de alta costura, como Yves Saint Laurent, alguns criadores de moda africanos tornaram-se verdadeiras estrelas, a exemplo do senegalês-malinês Xuly Bët.

No continente, os estilistas também fazem seus nomes, como o gabonense Lazare Chouchou ( o queridinho) que faz jus ao nome. Ele é

Presidente da Associação dos Estilistas e Criadores Gabonenses, e criou um festival da moda em Libreville, o “Fashionshowchou”.

Já entre os “antigos”, Pathé O. (Burkina Fasso) é um dos mais célebres: trabalha desde 1969 e veste notadamente Nelson Mandela.

O nigeriano Alphadi, por sua vez, soube conquistar seu espaço na África e no exterior.

Os artistas africanos começam a se organizar e sua moda toma impulso com a Federação Africana dos Criadores.

Alphadi, presidente da Federação Africana de Criadores de Moda (FAC), criou o Festival Internacional da Moda Africana (FIMA) no Niger.

Além desse festival, foi criada a Semana de Moda Internacional (SIMOD) em 1997, por estilistas famosos que tinham clientela nacional e internacional, como o Chris Seydou, falecido recentemente, Alphadi do Níger e Oumou Sy, do Senegal e outros costureiros cuja moda reinterpreta o traje tradicional.organizada por Oumou Sy em Dakar, Senegal.

Eventos como esse ajudaram a incluir ao continente africano no universo da moda internacional, garantindo que os estilistas africanos sejam mais conhecidos.

E geram um interesse crescente nas mídias chamando atenção à indústria de moda da África Ocidental.

É isso aí!Vocês ficaram conhecendo mais um pedacinho da moda Africa.Como designer acredito ser muito importante  entender e conhecer sobre outras culturas e formas de expressões dentro do universo da moda de outros paises.

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Fotos: Reprodução/ Carla Lima fala de Moda

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