O ato “Mulheres Contra Bolsonaro” reuniu mais de 200 mil pessoas no Rio de Janeiro, neste sábado (29). O público esperado – 40 mil confirmações no evento no Facebook – superou as expectativas dos coletivos de mulheres que organizaram o ato.
Ao longo da marcha, que saiu da Cinelândia, no centro da capital fluminense, em direção à Praça XV, milhares de pessoas gritavam palavras de ordem contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro.
“#EleNão porque sou contra o fascismo, a favor que as mulheres adquiram seus direitos e que eles não sejam subtraídos. Acredito em um país com liberdade em que a gente não precise combater retrocessos”, disse a Rosalina Barros, bibliotecária da Uerj.
Luma Vitório, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude, lembrou que a esquerda precisa se unir em torno de Fernando Haddad. As pesquisas apontam uma disputa entre o candidato do PT e Bolsonaro no segundo turno.
“Teremos dois projetos muito distintos no segundo turno: um deles é dos mais ricos, dos conservadores e dos que mandam no Brasil. O outro projeto é o da esquerda, de Haddad. A esquerda precisa se unir porque o que está em jogo é a história do povo brasileiro”.
Os presentes ao ato lembraram de declarações de Bolsonaro contra mulheres, gays, negros e minorias. “Alguém que passa 27 anos como deputado fazendo tudo o que ele fez, inclusive apoiando o impeachment (da presidenta Dilma Rousseff), não pode ser eleito. Por isso ‘Ele Não!'”, afirmou Mairce Araújo, professora da Uerj.
O estudante Anderson Magalhães comentou a presença da comunidade LGBTQ+ no ato. “Bolsonaro não representa a sociedade brasileira atual. Quantos mais pessoas unidas aqui, mais vamos mostrar nossa insatisfação e descontentamento com essa tentativa de fazer nossa Constituição retroceder”.
Artistas também reforçaram o ato que teve o #EleNão como principal grito. O ator Paulo Betti disse que ser contra Bolsonaro é “uma questão de sanidade mental”.
“Sou a favor da diversidade, do respeito às etnias, a favor do desarmamento e não sou a favor da violência. Jamais passaria perto de alguém que de alguma maneira achasse justificável a tortura. É uma questão de sanidade mental a gente eliminar esse risco que ele significa”, afirmou o ator.
Na chegada ao local final do ato, na Praça XV, um palco foi montado para que diversos coletivos femininos fizessem apresentações musicais e recitassem poesias. Entre as artistas musicais, estiveram Liniker e Lan Lan.
Os atos contra Bolsonaro aconteceram em todas as capitais brasileiras e em outras dezenas cidades do país. Buenos Aires, Lisboa, Paris, Madri, Barcelona, Nova Iorque, Miami, Atlanta, Londres, Berlim, Munique, Dublin, Toronto, Montreal, Sidney entre outras cidades também protestaram contra o candidato do PSL.