Mulheres negras estão entre as homenageadas com narrativas orais em websérie: Dona Vilma e Joana Oscar

FONTEPor Clóvis Corrêa, enviado ao Portal Geledés
DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

“Narrando Mulheres” é um dos presentes mais comoventes da Lei Aldir Blanc! Apresenta histórias de cinco personalidades femininas que lutam por direitos e vêm ocupando espaços ao longo do tempo. Sempre se destacando a cada dia e mais empoderadas em várias áreas da sociedade brasileira: Vilma da Candê (carnaval), Luciana Novaes (política), Joana Oscar (educação), Maria Izabel (empreendedorismo) e Mariana Brochado (esporte). Realização da Estufa de Ideias em parceria com a Magalona Produções.

São relatos emocionantes reunidos no projeto multimídia formado por websérie tendo exibição no YouTube e exposição de fotos no Instagram em lançamento do projeto on-line. Cada um dos cinco episódios inspiradores com 15 minutos de duração traz uma narradora. Logo após, num sexto vídeo os internautas poderão assistir um minidocumentário com os bastidores das gravações e entrevistas com a equipe. O roteiro, direção e apresentação são de Luciana Zule, alinhavados com narrativas de contos de diferentes culturas e que têm a mulher como protagonista. Para Luciana, fazer a direção do “Narrando Mulheres” foi a realização de um desejo antigo, que era unir narrativa oral e artes visuais, nesse caso fotografia. “São vários elementos ajudando a contar a mesma história. Enquanto as narradoras nos contam pela palavra, a fotografia nos conta por um olhar captado ou por um gesto recortado” -, explica a diretora.Nos episódios da primeira websérie da produtora Estufa de Ideias as homenageadas irão interpretar personagens representando os contos:

Luciana Novaes (Sherazade – “As Mil e Uma Noites”). “Minha missão na política só faz sentido se for para ajudar as pessoas” e assim é o que ela tem feito. Antes de ser vereadora de sua cidade natal, Luciana cursava enfermagem em 2003 na Universidade Estácio de Sá, quando foi atingida por um tiro de bala perdida no campus do Rio Comprido, fato que mudou a sua vida: ficou tetraplégica e dependente de ventilação mecânica. Mas nem o diagnóstico de apenas 1% de chance de sobrevivência a fez desistir. Luciana não só superou as dificuldades, como também se adaptou a nova vida e voltou a estudar, formando-se em Serviço Social e concluiu pós-graduação em Gestão Pública. Atuou também como palestrante motivacional e conselheira de Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência. Em 2016, após a terceira tentativa a um cargo parlamentar para ajudar mais pessoas, o que considera sua missão de vida, foi eleita a primeira vereadora tetraplégica do Rio de Janeiro. Desde então, vem lutando por uma cidade melhor para todos os cariocas. https://www.vereadoraluciananovaes.com.br/

Vilma da Candê (Dona Sebastiana – “Cantos de Vissungo”). Memória viva do samba como um Griô, a carioca é luxo e elegância em seu bailado na “Ala das Baianas” há 30 anos na avenida desfilando pelo G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira. Ela começou a desfilar na escola de samba verde rosa aos 8 anos de idade, participou da “Ala da Comunidade” por dois anos e foi passista por dez anos, diplomada como “passista maior”, assinado pelo presidente da agremiação, em 1978. Foi mulata do conjunto Juventude Samba Show durante 3 anos, participando de diversas apresentações pela Mangueira. Trabalhou na boate “Oba-oba” ao lado de Osvaldo Sargentelli, o radialista, apresentador de televisão e empresário que se autodefinia como “mulatólogo”. Em 2020 protagonizou o espetáculo “Matrizes”, da Estação Primeira de Mangueira, dirigido pelo carnavalesco Leandro Vieira.

Mariana Brochado (Pele de Foca – “Conto Nórdico”). A carioca é uma das musas do esporte brasileiro. Entrou na escolinha de natação do Flamengo aos quatro anos de idade. Três anos mais tarde, já fazia parte da equipe mirim do clube. Seu primeiro título estadual veio em 1998, mesmo ano em que estreou em campeonatos de alto nível. Durante toda a carreira defendeu as cores rubro-negras do clube do coração, ainda que tenha sido assediada por outras equipes com estruturas de treinamento melhores. Em 2001, Mariana alcançou a elite da natação brasileira quando ganhou o Campeonato Sul-americano Juvenil e o Troféu Brasil absoluto nos 200 metros livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mariana_Brochado

Maria Izabel (Capullana – “Las Capullanas” – Conto Peruano). Nascida em Paraty, de uma família que já produziu cachaça entre o século XVIII e meados do XX, Maria Izabel resolveu resgatar a tradição familiar em 1996, fabricando artesanalmente sua própria cachaça. Atualmente produz as variedades prata e ouro, sendo que a primeira fica pelo menos um ano em tonéis de jequitibá, enquanto a segunda em barris de carvalho. As com mais de dois anos de envelhecimento são vendidas apenas na lojinha do local. A produção da Maria Izabel é bem pequena e em 2016 não passou dos seis mil litros. “Eu só uso cana-de-açúcar colhida no meu próprio canavial, o que reduz a acidez e garante sabor muito mais apurado”, ensina ela. http://mariaizabel.com.br/alambique-maria-izabel/

Joana Oscar – (Oxum – “Conto Nórdico”). Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação pela UFRJ. Mestre em Educação pela UFRJ. Especialista em Relações Étnico-Raciais pelo CEFET, graduada em Língua Portuguesa pela UFRJ. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Infantil e Séries Iniciais.

Depois de tantos anos no mercado produzindo projetos de amigos e parceiros, a produtora Natália Simonete vibra com a iniciativa de sua empresa em conjunto com toda a equipe. “Tudo isso graças à Lei Aldir Blanc e à parceria de longa data com a Magalona Produções, que nos trouxe a ideia do Narrando Mulheres”. E ela ressalta ainda a harmomia das narrativas entre os contos e as histórias das protagonistas, e acrescenta: “Além da delícia que é ouvir esses contos tradicionais contados por narradoras maravilhosas, é uma grande alegria poder homenagear essas mulheres reais que brilham em suas próprias histórias” -, finaliza.

Ficha Técnica: Idealização: Luciana Zule e Natália Simonete· Roteiro, direção e apresentação: Luciana Zule· Narradoras: Maria Clara Cavalcanti (Sherazade), Ana Paula Rosa (Dona Sebastiana – “Cantos de Vissungo”), Maria Coelho (Pele de Foca), Rosana Reátegui (Las Capullanas), Tatina Henrique (Oxum)· Convidadas: Luciana Novaes (Sherazade), Vilma da Candê (Dona Sebastiana – “Cantos de Vissungo”), Mariana Brochado (Pele de Foca), Maria Izabel (Las Capullanas), Joana Oscar (Oxum)· Figurino: Bruno Pertatto· Visagismo: Francisco Leite· Trilha Sonora Original: Micah El Tuhu· Fotografias das convidadas: Alice Venturi· Câmera, animação e finalização: Renato Marques· Edição: Renata Lima· Operador de som/áudio direto: Diego Alonso· Design Gráfico: Raquel Alvarenga· Assessoria de Imprensa: Clóvis Corrêa· Assistente de Figurino 1: Caio Nietzsche· Assistente de Figurino 2: Tatiana Figueiredo· Assistente Administrativo: Pedro Henrique Florêncio· Coordenação Financeira: Natália Simonete· Produção: Luciana Zule e Natália Simonete· Realização: Magalona Produções e Estufa de Ideias

O Dia Internacional da Mulher ( 8 de março) é uma data comemorativa que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Essa data simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

SERVIÇO: Lançamento dia 8 de março, segunda-feira, às 19hNarrando Mulheres (Websérie, exibição no – YouTube) + Exposição de fotos (Instagram)· Webesérie, direção de Luciana Zule.· Exposição de fotos, assinada pela fotógrafa Alice Venturi, tendo como tema histórias de mulheres protagonistas em diversas áreas da sociedade.

Onde: @narrandomulheres
Disponível por tempo ilimitado. Acesso gratuito

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE. 
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