Negro drama

Ser homem negro no Brasil é conviver com uma série de estereótipos, que envolvem gênero, raça e classe social. Discutir isso é reiterar a noção básica de que ninguém é uma coisa só

Por Carolina Ito Do Revista Trip

Colocar uma lupa sobre a maneira como homens negros experimentam sua masculinidade não é uma tarefa simples. O tema ainda é tabu. “É um debate que tem se encaminhado aos poucos, as mulheres estão anos-luz da gente”, diz Caio César, estudante de geografia. A hipersexualização do corpo negro, a idealização do “negão” bom de cama, selvagem e viril é um dos estereótipos que acompanham o ideal da masculinidade do homem negro. “Não somos o padrão de beleza, nem o padrão de racionalidade e muito menos o padrão de homem de família. Então, se enquadrar nesse estereótipo muitas vezes é o que nos resta”, conclui Caio, sobre como a idealização também age como um mecanismo para driblar a baixa autoestima, o que dificulta a ampliação da discussão aberta sobre o tema.

O ator e diretor Jé Oliveira, o sociólogo Túlio Custódio e o estudante Caio CésarCrédito: Divulgação/Stephanie Ribeiro/Arquivo pessoal

Cena da peça “Farinha com açúcar ou sobre a sustança de meninos homens”Crédito: Noelia Nájera Fotografia

-+=
Sair da versão mobile