Ativista e escritora Alzira Rufino morre em Santos, aos 73 anos

Militante política foi referência para o movimento negro do litoral paulista

FONTEPor Nataly Simões, de Geledés
Foto: Reprodução

A ativista, escritora e enfermeira Alzira dos Santos Rufino morreu na na madrugada desta quinta-feira (27), aos 73 anos. Ela estava internada no Hospital Ana Costa, em Santos (SP), e a causa da morte não foi divulgada.

Segundo informações do jornal A Tribuna, não houve velório e o corpo de Alzira foi cremado no Memorial Necrópole Ecumênica.

Nascida em 6 de julho de 1949 na cidade de Santos, no litoral paulista, Alzira se formou em Enfermagem e dedicou sua vida à luta pela igualdade racial, especialmente das mulheres negras.

Ativista pioneira em Santos

Alzira criou o Coletivo de Mulheres Negras da Baixada Santista em 1986 e, quatro anos depois, em 1990, fundou a Casa de Cultura da Mulher Negra de Santos e foi precursora do afroempreendedorismo na cidade. 

Autora do livro de poesia “Eu, mulher negra, resisto”, Alzira foi a primeira escritora negra a ter seu depoimento gravado no Museu de Literatura Mário de Andrade, em São Paulo.

 Ao longo de sua vida, também ganhou vários prêmios em reconhecimento ao trabalho realizado na área dos direitos humanos das mulheres. A militante foi a primeira mulher negra a receber o título de Cidadã Emérita da Câmara Municipal de Santos, em 1992. 

Em 2005, também  foi citada como uma das 52 mulheres brasileiras indicadas ao Projeto 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz.

Movimentos negros lamentam morte e destacam legado

Várias organizações do movimento negro lamentaram a morte de Alzira e valorizaram seu legado nas redes sociais. 

“Ilustre colaboradora do nosso projeto e incansável referência negra e feminista nacional e internacional, nos despedimos de Alzira Rufino com a certeza de que a luta contra as desigualdades sociais não perde uma combatente, mas sim ganha uma ancestral que permanecerá conosco em nossas mentes, corações e atitudes”, disse uma nota de pesar do Núcleo Educafro Santos Valongo.

A vereadora santista Débora Camilo (PSOL) prestou solidariedade aos familiares da ativista.

“Recebi uma notícia muito triste, hoje faleceu uma importante referência no movimento negro e feminista, Alzira Rufino. Alzira foi fundadora e diretora da Casa de Cultura da Mulher Negra de Santos, uma pioneira na luta por equidade racial e de gênero. Minha solidariedade aos amigos e familiares”, escreveu.

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