Número de resgatados em trabalho análogo ao escravo em MG sobe 37,8% em 2022

Estado, que lidera ranking de resgates e de operações, tem o terceiro maior contingente de fiscais do país

FONTEPor Leonardo Augusto, da Folha de S. Paulo
Área externa de barracão utilizado por lavradores resgatados de trabalho análogo ao escravo em propriedade da Fazendas Klem, em Manhumirim (MG) - Ministério do Trabalho

O resgate de sete lavradores em situação análoga à escravidão, segundo autoridades, não é um caso isolado em Minas Gerais. Há 13 anos o estado é o líder do país nesse tipo de registro, tanto em número de trabalhadores quanto de operações, conforme dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Em 2022 foram 1.070 pessoas resgatadas nessas condições no estado, o que equivale a 41,7% do total observado no Brasil.

Em segundo lugar no ranking, Goiás registrou um número expressivamente menor de resgates no ano passado (271 trabalhadores). Em terceiro lugar está o Piauí, com 180 resgatados.

Dois fatores explicam a liderança de Minas Gerais, afirma o coordenador do GMóvel (Grupo Especial de Fiscalização Móvel) do MTE, Maurício Krepsky.

O primeiro está relacionado ao número de fiscais no estado. Minas tem 156, o terceiro maior contingente do país, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, que têm, respectivamente, 180 e 172 fiscais. A Bahia, estado quase do mesmo tamanho de Minas, tem 65.

Na outra ponta está a diversidade da economia do estado, que inclui cultivo de café, cana-de-açúcar e carvoarias. “São setores que empregam (ou exploram) muita mão de obra”, diz Krepsky.

“A percepção que temos é que quanto mais denúncias são fiscalizadas, mais casos podem ser encontrados”, avalia o coordenador do GMóvel. Denúncias de trabalho análogo ao escravo podem ser feitas de forma sigilosa ao MTE pelo site https://ipe.sit.trabalho.gov.br/.

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