O Brasil vive um apartheid velado, diz presidente da Bayer

Theo van der Loo comenta de que forma as empresas — e os CEOs — podem trabalhar para garantir que mais negros tenham espaço e emprego

Por Barbara Bigarelli Do Época Negócios

O nome é holandês, mas o jeito é bem brasileiro. Theo van der Loo chega ao evento distribuindo abraços, tirando fotos, abraçando outros CEOs — em particular sua amiga Rachel Maia, CEO da Pandora. O presidente da Bayer é sorridente, fala com sinceridade e, nos últimos meses, ficou também conhecido por defender publicamente a inclusão social. No começo do ano, Theo publicou em seu Linkedin um texto chamado “Eu Não Entrevisto negros”. Ali, apresenta um caso vivenciado por um executivo amigo, que ouviu de um recrutador que ele não entrevistava candidatos negros. Seu amigo, no caso, não quis fazer uma denúncia por medo de retaliação.

A postagem levantou um debate sobre racismo na internet e viralizou porque, como Theo explica hoje, foi escrito por um “CEO branco”. “Muitos afrodescendentes me disseram depois que, se tivesse sido escrito por um negro, diriam que era ´mimimi`”, conta em entrevista à Época NEGÓCIOS. O executivo passou a abraçar de vez uma causa que, para ele, ganhou maior importância em 2011, quando começou a perguntar a funcionários negros da Bayer como eles se sentiam. “Quando o negro é o único negro no andar de trabalho, sente solidão racial. São momentos que precisamos refletir.” Trabalhar a inclusão social, defende, é missão do presidente da empresa.

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