O encontro de Tebet e Marina: uma revolução ética, feminista e estética

FONTEUOL, por Milly Lacombe
Marina Silva, Lula, e Simone Tebet participam de caminhada em Teófilo Otoni (MG). (Foto: Ricardo Stuckert/Flickr Lula)

Ando obcecada com Simone Tebet. Aconteceu no momento em que ela colou em Lula, tirou o microfone de sua mão e assumiu o palanque.

Fico revendo as imagens em que ela pega Lula pelo braço para saudar as multidões. Revejo também a parceria dela com Marina Silva e, nesse encontro tão feminino e potente, me emociono.

O que me comove é que, pela primeira vez em muito tempo, temos todo o campo democrático em uma mesma arena.

Dentro dela, embora seja um homem branco a figura que ainda nos conduz, Simone e Marina despontam como o futuro; um futuro que começa em 2026.

A mulher ligada ao agro e a ambientalista. A branca e a negra. A de fala forte e a de fala doce.

A que veio das camadas mais privilegiadas e a que veio da resistência, da floresta, da batalha diária pela sobrevivência.

Democracia é abarcar conflitos e tensões. É isso o que define democracia.

Não é, como muitos imaginam, ausência de conflito e de tensão. É, pelo contrário, usar conflitos e tensões para encontrar novos lugares possíveis.

O presente do Brasil depende do agro. E o futuro do Brasil depende das árvores.

Encontrar um novo modelo de negócio é urgente.

Sentar com os atores e pensar possibilidades, criar um planejamento de transformação, idealizar um plano de mudança de matriz energética, criar a partir de energias renováveis, ser liderança mundial nessa indústria.

Está aí o que podemos ser. Para ficar mais justo é preciso apenas trazer para essa arena de debates as lideranças mais à esquerda.

Jovens como Sabrina Fernandes, Jones Manoel, Chavoso da USP, Debora Baldin, Paulo Galo, Rita Von Hunty com Guilherme Terreri, Erika Hilton e Duda Salabert.

Vem coisa boa daí. Vem um novo e potente país a partir desses encontros.

O Brasil da educação inclusiva, da demarcação de terras, da reforma agrária, da distribuição justa de renda, do ecumênico.

Um Brasil que não se entrega a paranoias delirantes de inimigos fictícios, que faça uso de arquétipos femininos para negociar, alargar, progredir.

Menos trabalho, mais afeto. Menos destruição, mais diálogo. Menos morte, mais vida.

O encontro de Simone e Marina é uma revolução ética, feminina e estética. E inaugura uma miríade de sonhos e possibilidades.

Que vençamos no domingo e que em 2026 elejamos uma mulher outra vez.

Muito amor, um pouco de ordem e rumo ao progresso inclusivo, afetivo e sustentável.

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