O Jim Crow – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte II

Thomas D. Rice era um comediante novaiorquino nascido no início do século XIX.
Pra dar aquela inovada no seu repertório, o homem resolveu ir visitar o Sul dos EUA pra ter umas idéia, refrescar a mente e pá.

por Suzane Jardim no Medium Corporation

Jim Crow

Lá, ele descobriu que era um costume da galera branca comparar os seus escravos com corvos (em inglês, crow) e que os escravos, nas horas de descanso, costumavam cantar uma canção cuja a origem não se sabe, sobre uma figura lendária chamada Jim Crow.

Então, como qualquer ser humano “normal”, o homem simplesmente teve a genial idéia de pintar seu corpo de preto e se apresentar em casas de shows onde cantava sua adaptação da música dos escravos — a Jump Jim Crow.

Nessas apresentações, ele incorporava o que achava ser o “típico negro”: um cara burro, vestindo trapos, fazendo trapalhadas e andando de maneira boba por aí.

Isso fez um sucesso tão grande que criou todo um gênero de apresentações semelhantes — the minstrel show — um rolê onde se pagava pra ver diversos brancos fazendo blackface para imitar negros em diversas situações cômicas e estereotipadas.

Com o tempo, Jim Crow se tornou um sinônimo para negros americanos usado pelos brancos e uma marca de como negros eram inferiores e bem menos desenvolvidos intelectualmente. E essa imagem se manteve firme e forte por uma cacetada de tempo.

A parada ficou tão forte que as leis de segregação racial impostas nos Estados Unidos ganharam o nome informal de Jim Crow Laws (Leis Jim Crow).

Já ouviram falar da polêmica dos corvos do desenho Dumbo, da Disney? Então… em 1941, enquanto ainda rolavam as leis de segregação racial, a Disney lançou esses personagens que eram basicamente corvos com trejeitos estereotipados associados a negros (malandragem, musicais, sotaque típico etc) e cujo líder se chamava.. tchan tchan tchanan!!! Isso mesmo! Jim Crow!

leia também: Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte I

Sambo (Coon) – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte III 

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