‘O racismo não é uma doença. É um mal real’, diz cantora Ellen Oléria

Vencedora da primeira edição do reality “The Voice Brasil”, em 2013, a cantora Ellen Oléria prepara o projeto “Afrofuturista”, em que mistura ritmos tradicionais –samba, forró, carimbó, afoxé e maracatu– com linguagens como a do hip-hop e performances de jazz. As composições devem ser lançadas em disco previsto para o segundo semestre de 2015.

no Folha

Seguindo carreira independente após gravar com a Universal –o disco pela grande gravadora era parte do prêmio do reality– Ellen falou à TV Folha na tarde desta sexta-feira (17) que “a sereia” do sucesso em uma gigante fonográfica “nunca cantou” para ela. “Sempre acreditei muito em sinais de economia sustentável, em trabalhar com parcerias.”

Ela apresenta o show “Afrofuturista” na noite desta sexta (17) no Sesc Pinheiros (r. Rua Paes Leme, 195. tel. 11-3095-9400), às 21h. Os ingressos estão esgotados.

Na entrevista exibida nesta tarde, ela comentou a importância da passagem pelo programa em sua carreira, falou sobre os novos projetos artísticos –e a turnê pela Europa, que começa na segunda (20)– e se posicionou sobre os ataques racistas em redes sociais à população negra, como recentemente aconteceu com a jornalista Maria Júlia Coutinho, do “Jornal Nacional”.

“Acho que algumas pessoas patologizaram a violência. O racismo não é uma doença –se é, tem cura. Eu acho que é um mal que é real, que alguns entre nós insistem em negar”, afirmou a cantora, casada com uma mulher, sobre a intolerância. Ela diz já ter recebido ofensas semelhantes. “A coisa mais importante que a gente tinha que fazer era não falar sobre esses agressores.”

“Todo o nosso projeto de nação foi pautado em cima do especismo, do sexismo, misoginia e classismo. E fundamentalmente de racismo, isso é real e está no imaginário das pessoas”, comentou Oléria. “Só que eu estudei os mesmos livros de história que essa galera.”
‘O racismo não é uma doença. É um mal real’, diz cantora Ellen Oléria

-+=
Sair da versão mobile