O racismo no Brasil muitas vezes é assim, ele está na construção cognitiva do discurso

 

por Clara Guimarães

A declaração do ator Rodrigo Lombardi está rendendo muito, sendo amplamente discutida e acho isso super saudável. Nesse sentido, gostaria de dividir com vocês o que penso sobre o assunto.

Eu sempre simpatizei com o ator Rodrigo Lombardi, não assisto muito televisão, mas ele me parece um cara legal e digo que me parece, porque apesar das declarações feitas por ele, não o conheço e não posso julgar o caráter dele. Essa também foi a primeira vez que me pareceu pisar na bola, mas também não sei nada da vida dele e posso estar enganada.

Sobre a declaração dele, se foi racista? Foi sim, claro! Mas isso significa que ele é um canalha? Não! Existe uma diferença entre o racismo individual, aquele que somos diretamente agredidos e o racismo estrutural, que está dentro de um discurso e muitas vezes nem percebemos.

O racismo no Brasil muitas vezes é assim, ele está na construção cognitiva do discurso, nós o reproduzimos automaticamente e qualquer pessoa está sujeita a isso, isso significa que eu, você, o ator Rodrigo Lombardi, podemos proferir um discurso racista sim, e aí, como agir em situações como essa?

Complicado não é? Refletir sobre o assunto é importante demais, assim como mudar e construir novos parâmetros. Será que expressões como, Cabelo bom ou ruim, negro de alma branca, são racistas? Então, falamos não é? O racismo também está impregnado na nossa língua, expressões como “esclarecer”, que é tornar claro, fazem parte desse contexto.

Gostaria de compartilhar com vocês um vídeo da campanha: Onde você guarda o seu racismo?

Vamos refletir sobre o assunto, nos policiar no sentido de identificar o racismo dentro de nós, o racismo no Brasil existe sim e não é porque não temos a intenção que ele não existe, ele está tão dentro da nossa cultura que não percebemos.

Fonte: Variedades Feminias

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