ONU Mulheres completa 10 anos e coloca direitos e vozes das mulheres no centro da agenda

FONTEPor Phumzile Mlambo-Ngcuka
Phumzile Mlambo-Ngcuka, chefe da ONU Mulheres, em evento para celebrar o Dia Internacional das Mulheres em Nova Iorque. Foto: ONU Mulheres

A ONU Mulheres faz 10 anos hoje. Em 2 de julho de 2010, a Assembleia Geral aprovou uma resolução histórica para fundir quatro partes do Sistema das Nações Unidas por meio da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, conhecida como ONU Mulheres.

Uma década depois, quando comemoramos este aniversário em meio à pandemia da COVID-19, os direitos humanos de mulheres e meninas são mais proeminentes, universais e urgentes do que nunca. Nossos aliados fundadores – Estados-membros, sociedade civil e movimentos de mulheres – agora juntam a parcerias e relacionamentos em toda a sociedade, em diferentes faixas etárias e em todo o mundo.

Desde 2010, a equipe da ONU Mulheres, presente em cerca de 90 países, realiza programas que quase quadruplicaram de tamanho e representam uma mudança para bilhões das pessoas mais necessitadas.

Seja ensinando códigos de computador para meninas, mulheres agricultoras que usam novos estoques de sementes resistentes ao clima, pequenas empresas acessando cadeias de valor em larga escala, mulheres candidatas recebendo treinamento para se apresentarem com sucesso a cargos públicos, abolição de leis discriminatórias, negociadoras que oferecem um compromisso construtivo essencial às mesas de negociação de a paz ou prestação de assistência psicossocial a mulheres sobreviventes de violência; milhões de mulheres adquiriram novas habilidades, foram apoiadas nas adversidades e ganharam força e coragem ao aprender sobre seus direitos humanos. O nosso trabalho em apoio à reforma de leis discriminatórias teve um impacto na vida de mais de um bilhão de mulheres em 2019.

Juntas e juntos, trabalhamos para garantir que os direitos, prioridades e vozes das mulheres estejam no centro dos principais programas globais, desde a Conferência das Nações Unidas de 2012 sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, até a reflexão das lutas das mulheres migrantes no Pacto Global para Migrações, incluindo a inserção das mulheres na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, cujo objetivo 5, em relação à conquista da igualdade de gênero e ao empoderamento de todas as mulheres e meninas, é um objetivo autônomo e serve de base para os 17 objetivos.

A Comissão das Nações Unidas sobre a Situação da Mulher, que desenvolve normas e padrões globais anualmente, trouxe à tona questões críticas, como a eliminação da violência contra a mulher. Agora, 155 países estabeleceram leis que penalizam a violência doméstica que afeta uma em cada três mulheres em suas vidas.

Agradecemos a todas as pessoas que nos acompanharam nesta viagem; àquelas que nos precederam nos movimentos de mulheres em cujos ombros nos ancoramos, e que foram incansáveis ao pedir que a igualdade de gênero tivesse seu devido lugar e que fosse criada a ONU Mulheres. Agradecemos àquelas que nos apoiam com recursos de todos os tipos, que trabalham conosco, andam conosco, conversam e twittam conosco.

No ponto de virada desta década, e como esperamos ansiosamente pela geração de igualdade e em direção a um futuro de múltiplos desafios, acreditamos que não faremos isso sozinhas e sozinhos. Sabemos que para mudar o mundo, todas e todos serão necessários.

Fique atenta e atento às atividades que a ONU Mulheres comemorará no próximo ano!

*Vice-secretária-geral das Nações Unidas e diretora-executiva da ONU Mulheres

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