Ativistas de 128 organizações de proteção a mulheres ligadas a ONU (Organização das Nações Unidas) lançaram um alerta para a comunidade internacional: há um grande risco de o mundo dar passos para trás em relação aos direitos das mulheres durante a pandemia de covid-19. Por isso, afirmam, é preciso um esforço urgente para evitar que isso aconteça.
As entidades, concentradas na Europa e na Ásia, pedem que os governos garantam um diálogo eficaz com a sociedade civil para garantir que as necessidades da população feminina estejam no centro das políticas adotadas em resposta à pandemia.
Para os grupos, é preciso levantar dados e estatísticas sobre o impacto da crise sanitária com recorte de gênero, sabendo, assim, quais os maiores desafios para mulheres e facilitando a criação de políticas públicas específicas.
Entre os maiores problemas, adiantam, estão a dificuldade de acesso à Justiça, o aumento da carga de trabalho doméstico sem remuneração, as altas taxas de desemprego e queda de renda entre mulheres, uma vez que elas são maioria na área da economia informal.
“As organizações de mulheres e a sociedade civil em geral devem ser parte integrante dos esforços de resposta e recuperação da covid-19”, afirma Alia El-Yassir, diretora regional da ONU Mulheres para a Europa e Central Ásia.
“Desde o início da pandemia, elas estão na linha de frente, trabalhando dia e noite para atender às necessidades de todos os grupos de mulheres e meninas, homens e meninos. Eles sabem o que precisa ser feito e pedimos a todos os parceiros de desenvolvimento que considerem seriamente as soluções que oferecem para que possamos continuar a garantir os princípios de igualdade e justiça social”, diz.