Oscar de canção pode ser prêmio de consolação a filmes injustiçados; ouça

Foto: Christopher Polk/Getty Images

O Oscar de melhor canção de 2015 deve ser um prêmio de consolação para filmes elogiados, mas que tiveram menos indicações do que mereciam. Quatro das cinco músicas indicadas são a única chance de estatueta ao seu filme. “Uma aventura lego” e “Mesmo se nada mais der certo” estão na lista. Apenas “Selma” tem outra indicação, a melhor longa. Mesmo assim, também é visto como “injustiçado”, justamente por ter a menção ao prêmio principal, mas não em outras categorias como direção, para Ava DuVernay.

Outra marca comum das cinco indicadas é a mão de compositores veteranos. A Academia de Hollywood deixou de lado a novata Lorde, que era cotada ao prêmio por “Yellow flicker beat”, de “Jogos Vorazes”, e só indicou autores experientes. Alguns “hitmakers” cantam a própria composição (Glen Campbell,John Legend). Outros entregam a terceiros. O ex-New Radicals Gregg Alexander deu a bela balada “Lost stars” para Adam Levine, do Maroon 5.

Saiba mais e ouça as músicas indicadas ao Oscar 2015:

Protesto: ‘Glory’, de John Legend e Common (‘Selma’)

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John Legend (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)

A canção de protesto é apontada como favorita até agora ao Oscar por críticos. A faixa foi composta e interpretada pelo cantor de r&b John Legend e o rapper Common. É claro que a letra cita o personagem principal do filme, o ativista Martin Luther King. Mas eles também fazem menção aos protestos recentes em Ferguson, que revitalizaram a luta por igualdade racial nos EUA. “Glory” já venceu o Globo de Ouro. O momento da premiação foi o mais citado no Twitter por motivo peculiar: a estranha cara de choro da modelo Chrissy Teigen, esposa de John Legend, ao ser filmada. Se ganhar o Oscar, vai ser um olho no Legend e outro na Teigen. OUÇA A MÚSICA.

Humor indie: ‘Everything is awesome’, de Shawn Patterson (‘Uma aventura Lego’)

Tegan and Sara (Foto: Imagem retirada do site G1)

Debochada, a música é o patinho bobo no meio das outras quatro concorrentes, cheias de pompas e drama. O compositor é o pouco conhecido americano Shawn Patterson, de 49 anos. Seu discreto currículo tem foco em trilhas de animações, como das séries de TV “Alvin & the Chipmunks” e “Frango robô”. Os intérpretes são a dupla canadense de indie pop Tegan & Sara e o trio de cantores comediantes The Lonely Island. Eles já foram premiados com uma música mais cheia de besteiras. “Dick in a box”, com Justin Timberlake no “Saturday Night Live”, levou Emmy em 2007. VEJA LETRA E OUÇA.

Balada: ‘Lost stars’, Gregg Alexander e Danielle Brisebois (‘Mesmo se nada der certo’)

Adam Levine (Foto: Felipe Dana/AP)

A história de “Lost stars” começa em 1998, quando o músico Gregg Alexander se tornou um fenômeno ao liderar o grupo New Radicals, estourar o single “You get what you give” e… despontar para o anonimato. Uma verdadeira “estrela perdida”, ele diz ter se decepcionado com a indústria musical. O músico ficou apenas compondo nos bastidores, algumas vezes com pseudônimos. Chegou a ganhar um Grammy em 2002, com “The game of love”, com Santana. Até que Bono, do U2,  amigo do diretor irlandês John Carney, teve a ideia de apresentá-lo a Gregg Alexander. O resultado foi a balada cantada por Adam Levine, do Maroon 5, em “Mesmo se nada mais der certo”. VEJA LETRA E OUÇA.

Despedida: “I’m not gonna miss you”, de Glen Campbell e Julian Raymond (“Glen Campbell…I’ll be me”)

O guitarrista Glen Campbell (Foto: AP)

Difícil haver uma história tão comovente para uma música indicada ao Oscar como a de “I’m not gonna miss you”, de Glen Campbell. E nem se trata de roteiro de ficção, mas de documentário. A música foi composta por Glen para o filme sobre sua própria vida. Em 2011, ele foi diagnosticado com Alzheimer, e desde então fez uma turnê de despedida. Sua esposa, Kim, deixou claro que o anúncio da doença foi feito para que os fãs não os vissem confuso no palco e pensassem que ele “estava bêbado”. Na letra de “I’m not gonna miss you”, há uma tocante e otimista intepretação da doença: pelo menos, ao se esquecer das coisas, não vai sentir saudade de sua mulher. De arrepiar. OUÇA A MÚSICA.

Sétima tentativa: “Grateful”, de Diane Warren (“Além das luzes”)

Diane Warren (Foto: AP)

Você pode não conhecer o rosto de Diane Warren. Mas com certeza já ouviu uma de suas sete músicas indicadas ao Oscar. São da autora de 58 anos “I don’t want to miss a thing”, com o Aerosmith, para a trilha de “Armageddon”,  “Nothing’s Gonna Stop Us Now”, com o Starship, para “Manequim” e “Because you loved me”, com Céline Dion, para “Íntimo & Pessoal”. Mesmo com tantos hits, ela não ganhou um Oscar nas seis indicações anteriores. Será que a novata britânica Rita Ora vai dar mais sorte? VEJA LETRA E OUÇA.

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