A começar pelo nome, notadamente de alguém mais velho, Edith é uma criança singular: não é criativa nem curiosa, menor vontade de fazer amigos e, pasme, jamais teve que lutar contra aquele bicho carpinteiro que faz com que a galerinha de nove anos só sossegue de verdade na hora de dormir. Esse é apenas o ponto de partida do livro “Edith e a Velha Sentada”, escrito pelo ator Lázaro Ramos. A história infantojuvenil ganha agora edição da Pallas Editora, com ilustrações do premiado Edson Ikê.
Dona Elenita, a mãe, trabalhava arduamente para sustentar a vida das duas e não lhe sobrava muito tempo para se dedicar mais amiúde à Edith. O pai foi tentar a vida em outro país e a saudade que sentia dele era tão grande que o melhor a fazer era evitar sentimentos. Por isso, Edith focava nas telas da TV e do computador, em vez de mirar nos olhos da mãe ou de algum coleguinha da escola ou da rua para uma troca emotiva. E a menina simplesmente não sabia brincar!
Um belo dia, uma vizinha meteu a colher onde não devia, mas acabou fazendo um bem para Edith. Ela indagou sobre esse seu comportamento apagado: “Será que essa menina tem uma velha sentada dentro da cabeça?”, cutucou com a vara curta. Ao ouvir a conversa dos adultos, ela julgou ter descoberto a razão de tanto tédio e resolveu procurar em qual lugar do seu cérebro essa velha estaria fincada, atrapalhando a sua infância, sem nem mesmo ter sido convidada!
E assim começa uma viagem pelo seu corpinho pequeno. Ao vasculhar orelha, boca, nariz, pele, olhos atrás dessa maldita velha que impede a faísca da alegria que toda criança tem, Edith explora os cinco sentidos com as suas ideias e começa a se perceber de outra forma. Essa história virou peça em 2014, com direção do próprio Lázaro. Recomendado para crianças a partir de 9 anos, o livro tem 64 páginas bem fáceis de serem lidas e será vendido por R$ 49.
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