Meninas: são elas a força capaz de acelerar os 108 anos que nos separam da igualdade de gênero
Por LETÍCIA BAHIA, do El País
É verdade: 15% de mulheres no Congresso é uma cifra constrangedora, e coloca o Brasil no rodapé dos rankings globais de participação feminina na política. Mas é motivo de orgulho o aumento de 50% registrado nas últimas eleições.
Do produtor hollywoodiano Harvey Weinstein ao pseudo médium João de Deus, temos sido testemunhas do ponto final em trajetórias de abusadores que torturaram meninas e mulheres por décadas, certos de uma conivência que vem se convertendo em revolta. O Brasil, quarto no ranking mundial de casamentos infantis, aprovou em março deste ano lei que proíbe o casamento de menores de 16 anos em qualquer circunstância. Pela primeira vez – e finalmente! – o Brasil tem uma mulher indígena na Câmara dos Deputados. É uma mulher a maior artilheira da história das Copas. As propagandas mudaram. Uma mulher negra finalmente apresentou o maior telejornal do país, e pessoas negras e LGBTQ têm protagonizado a teledramaturgia da maior emissora do Brasil novela sim, outra também.
Estaremos avançando? Na verdade, há bem pouco a se celebrar.