Pioneira inúmeras vezes, Glória Maria representava potência da mulher negra

Ícone da televisão brasileira, a jornalista morreu nesta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro.

FONTEG1
Glória Maria em sua casa no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, em novembro de 2005 — Foto: Tasso Marcelo/Estadão Conteúdo/Arquivo

A trajetória de Glória Maria, ícone da TV brasileira que morreu no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (2), foi marcada pelo pioneirismo. Enquanto mulher negra, falava da importância de seu pioneirismo no jornalismo.

Glória foi a primeira mulher a entrar ao vivo na TV em cores pelo Jornal Nacional, em 1977. Antes disso, já havia sido a primeira repórter a aparecer na TV — antes, os repórteres não apareciam. Em 2007, a jornalista realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira.

Seu pioneirismo é reconhecido como inspiração para uma geração de mulheres negras. Com a notícia da morte, jornalistas e mulheres negras lembrar a importância de seu legado. Veja repercussão:

Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram

Luta contra o racismo

Em entrevista, Glória falava sobre a importância do seu pioneirismo na luta contra o racismo. “Racismo é algo que vivi desde sempre e a gente vai aprendendo a se defender”, disse em entrevista ao Globo Repórter em junho de 2020.

No Globo Repórter, já em tratamento contra o câncer, falou sobre a o racismo lembrando também seu pioneirismo na luta.

Glória Maria foi a primeira pessoa a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção. 

“Eu fui barrada em um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar, chamei a polícia, e levei esse gerente do hotel aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”, contou.

-+=
Sair da versão mobile