Polícia indicia aluna da UFSM por publicações racistas em rede social

Ofensas foram proferidas contra estudantes negros. Investigada não prestou depoimento, pois está internada em uma clínica desde 13 de maio, segundo os pais.

FONTEG1
Estudantes da UFSM protestaram quando o caso veio à tona em 10 de maio — Foto: Reprodução/RBS TV

Uma estudante de 21 anos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Região Central do Rio Grande do Sul, foi indiciada nesta quarta-feira (25) pela Polícia Civil por racismo. Segundo a ocorrência, a jovem é autora de publicações de cunho racista em uma rede social na internet.

As ofensas foram proferidas contra estudantes negros, de acordo com a delegada Débora Dias, titular da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI). Uma das colegas teria sido pessoalmente atacada.

“A investigada postou em seu perfil em uma rede social manifestações de cunho racista como: ‘eu tenho pavor de conviver com pessoas ‘escuras’, eles têm um complexo de inferioridade muito forte em relação às pessoas brancas…'”, conta a delegada Débora.

Como o ato criminoso envolve uma estudante de uma universidade federal contra colegas, a Polícia Federal (PF) foi quem abriu a investigação. A suspeita estuda no Centro de Artes e Letras (CAL). No entanto, como as ofensas não causaram dano à universidade nem teriam sido cometidos por um servidor federal, a Polícia Civil assumiu o caso.

A DPICOI apurou que a mensagem racista foi publicada no dia 10 de maio e já foi apagada. A delegada Débora Dias coletou depoimentos do diretor do CAL, do coordenador do curso e de alunos ao longo do processo investigativo. A aluna investigada não prestou depoimento, pois está internada em uma clínica desde o dia 13 de maio, segundo os pais.

O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário e aguarda avaliação do Ministério Público (MP), que pode ou não oferecer denúncia (acusar a suspeita do crime) à Justiça. Caso haja a oferta e ela seja aceita pela, a suspeita se tornará ré no processo e começará a ser julgada. Se for condenada, poderá cumprir pena de prisão de até três anos e pagar multa.

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