Um perfil do 9º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), de São José do Rio Preto, publicou no Instagram um vídeo em que policiais militares aparecem em frente a uma cruz em chamas e fazendo gestos semelhantes aos feitos por grupos nazistas.
O que aconteceu
A publicação mostra mais de dez policiais em torno de uma cruz pegando fogo. O vídeo foi postado hoje e excluído minutos depois, após uma série de críticas à estética da filmagem.
Agentes erguem os braços na altura do ombro enquanto a cruz queima. O gesto pode ser comparado ao braço em riste que se popularizou como um aceno nazista e que é popularmente utilizado por grupos supremacistas brancos, como a Ku Klux Klan, dos Estados Unidos.
Além da cruz em chamas, há uma trilha marcada por fumaça de sinalizadores vermelhos e a sigla Baep ao fundo. Com imagens aéreas, agentes, viaturas e emblemas da corporação ficam à mostra. Não é possível identificar o local da filmagem, mas nota-se que ocorreu à noite. A página do Baep de São José do Rio Preto, que se autointitula como oficial, ainda não se manifestou publicamente sobre o teor da postagem.
O UOL tenta contato com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) para entender o objetivo do vídeo da PM do interior. Havendo resposta, o texto será atualizado.
Não há confirmação sobre correlação do vídeo com ritual supremacista. Contudo, historicamente, a queima de cruzes significa um ato de intimidação contra minorias, incluindo negros, judeus e imigrantes. Já o braço estendido foi apropriado por nazistas no século 20 e até hoje é utilizado por extremistas.
Há a interpretação no meio militar que o braço levantado pode significar um sinal de comando tático, utilizado em operações ou como cumprimento e que não teria relação com o nazismo. Contudo, a junção dos outros elementos contidos no vídeo não é comumente utilizada por forças policiais.