Profissionais LGBTQIA+ ganham 10% menos que outros trabalhadores nos EUA

Relatório da Human Rights Campaign Foundation mostra ainda que trabalhadores indígenas e negros LGBTQIA+ têm os menores salários

FONTEO Globo, por Bloomberg
Manifestação no mês do Orgulho LGBTQIA+ em junho de 2017 em Los Angeles, na Califórnia, nos EUA - Foto: DAVID MCNEW / AFP

Em uma rara análise dos salários de pessoas LGBTQIA+, novos dados mostram que esses trabalhadores ganham, em média, cerca de 90 centavos para cada dólar que o trabalhador médio recebe nos Estados Unidos.

Uma pesquisa com 7.000 empregados americanos em tempo integral revelou que os ganhos médios semanais para pessoas LGBTQIA+ chegaram a cerca de US$ 900, de acordo com o relatório divulgado na quarta-feira pela Human Rights Campaign Foundation.

Isso é uma diferença de cerca de 10% em relação aos US$ 1.001 por semana em ganhos médios para todos os trabalhadores em período integral, de acordo com os dados mais recentes do Escritório de Estatísticas para o Trabalho dos EUA.

Os salários variam por raça, etnia e identidade. Trabalhadores nativos americanos e negros LGBTQIA+ têm alguns dos menores ganhos semanais. Trabalhadores não-binários, queer, gênero fluido e intersexo ganhavam cerca de US$ 698 por semana. Mulheres e homens trans ganhavam entre US$ 600 e US$ 700 por semana, respectivamente, de acordo com a HRC Foundation.

— Embora, certamente, possa haver vários fatores subjacentes, não podemos ignorar o fato de que isso pode ser devido à discriminação já que as pessoas LGBTQIA+ não estão necessariamente recebendo salários iguais por trabalho igual — afirmou Shoshana Goldberg, diretora de educação pública e pesquisadora da fundação, que é uma organização sem fins lucrativos focada em pesquisa e advocacia para pessoas LGBTQIA+.

A pandemia atingiu economicamente de forma mais severa a comunidade LGBTQIA+, com pesquisas apontando maiores taxas de desemprego e insegurança alimentar desses indivíduos em relação aos que não se enquadram nos grupos LGBTQI+.

Em uma pesquisa inédita do U.S. Census Bureau (órgão responsável por estatísticas populacionais nos EUA) divulgada recentemente, quase um quarto dos entrevistados LGBTQIA+ disseram que perderam renda durante a crise. Uma em cada cinco pessoas LGBTQIA+ vivem na pobreza.

A pesquisa analisou apenas trabalhadores em tempo integral, portanto, não captura a realidade econômica de todas as pessoas LGBTQIA+, observou Shoshana Goldberg:

— As pessoas LGBTQIA+ são mais propensas a estarem desempregadas ou trabalhando meio período, e isso só foi exacerbado pela pandemia

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