Os quase três anos de trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que se encerra nesta quarta-feira (10), foram pontuados por frases marcantes dos depoentes — tanto dos militares que participaram dos atos de violação dos direitos humanos quanto das vítimas, que relataram as torturas sofridas.
Reveja algumas frases que marcaram os trabalhos do grupo.
No UOL
Frases da Comissão da Verdade

Quebrava os dentes. As mãos, [eu cortava] daqui pra cima coronel reformado do Exército, meses antes de morrer assassinado, descrevendo o que fazia para evitar a identificação de corpos, em 26 de março de 2014
Gabriel Telles/Alerj
Dois meses depois da minha prisão e já dividindo a cela com outras presas, servi de cobaia para uma aula de tortura historiadora, presa e torturada na década de 1970, em depoimento à Comissão da Verdade do Rio, em maio de 2013
Marcio Neves/UOL
A reação do comando das Forças Armadas tem sido um tanto quanto autista. Eles não reagem. Não reagem coordenador da Comissão Nacional da Verdade, em 24 de novembro de 2014
Fleury foi herói nacional, comandante Ustra foi herói nacional. Nossa equipe impediu que implantassem o comunismo. Cuba não tem a liberdade que vocês têm aqui hoje. Graças às Forças Armadas é que estamos tendo a liberdade de hoje ex-delegado e ex-agente do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em depoimento em setembro de 2013
A comissão não abriga ressentimento, ódio nem perdão. Ela só é o contrário do esquecimento presidente, durante cerimônia de instalação da Comissão Nacional da Verdade em 16 de maio de 2012
Tilintar de chaves me incomoda até hoje ex-comandante da organização VAR-Palmares, em depoimento à CNV em 24 de janeiro de 2014
Se virem. Não colaboro com o inimigo tenente do Exército, respondendo a convocação para depor, em bilhete endereçado à CNV em setembro de 2014
Na ditadura militar, a repressão e a eliminação de opositores políticos se converteram em politica de Estado, concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares em trecho do relatório final publicado em 10 de dezembro de 2014
Todas essas pessoas são criminosas. Quem roubou banco, quem sequestrou, quem matou, para mim é criminoso deputado estadual pelo PSDB de SP, falando sobre a resistência à ditadura em entrevista sobre o golpe de 1964, em 24 de março de 2014
Nós estávamos contra o comunismo para não se transformar o Brasil num enorme Cubão ex-comandante do DOI-Codi em São Paulo, em depoimento à CNV em 10 de março de 2013
Eles me colocaram em um tambor de metal e me trancaram ali pelado. E soltaram o tambor de um morro, machuca muito, bate em pedra e tudo o que é coisa ex-soldado do Exército, em depoimento à CNV sobre treinamento para o combate à Guerrilha do Araguaia, em 17 de setembro de 2014
Eu realizava interrogatórios. Você não serve exatamente biscoitos lá coronel reformado Sebastião Rodrigues de Moura, que comandou a repressão à Guerrilha do Araguaia, em 26 de abril de 2013
O Curió me obrigou a trabalhar para ele. Eu fui muito judiado, muito acabado, até hoje eu não sou ninguém ex-colaborador do Exército, em depoimento à CNV no qual admite ter sido torturado por militares durante a Guerrilha do Araguaia, em 17 de setembro de 2014
O que se passou comigo não foi nada comparado ao que outras pessoas passaram Ex-presidente, em depoimento à CNV em 26 de novembro de 2014
Eles me vigiavam no cinema ex-presidente, em depoimento prestado à CNV no dia 8 de dezembro de 2014