“Quebrava os dentes e cortava as mãos”, disse Malhães; veja frases da comissão

Os quase três anos de trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que se encerra nesta quarta-feira (10), foram pontuados por frases marcantes dos depoentes — tanto dos militares que participaram dos atos de violação dos direitos humanos quanto das vítimas, que relataram as torturas sofridas.

Reveja algumas frases que marcaram os trabalhos do grupo.

No UOL

Frases da Comissão da Verdade

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Pedro Kirilos / Agencia O Globo

Quebrava os dentes. As mãos, [eu cortava] daqui pra cima Paulo Malhães, coronel reformado do Exército, meses antes de morrer assassinado, descrevendo o que fazia para evitar a identificação de corpos, em 26 de março de 2014

 

Gabriel Telles/Alerj

Dois meses depois da minha prisão e já dividindo a cela com outras presas, servi de cobaia para uma aula de tortura Dulce Pandolfi, historiadora, presa e torturada na década de 1970, em depoimento à Comissão da Verdade do Rio, em maio de 2013

 

 

Marcio Neves/UOL

A reação do comando das Forças Armadas tem sido um tanto quanto autista. Eles não reagem. Não reagemPedro Dallari, , coordenador da Comissão Nacional da Verdade, em 24 de novembro de 2014

Michel Filho/O Globo

Fleury foi herói nacional, comandante Ustra foi herói nacional. Nossa equipe impediu que implantassem o comunismo. Cuba não tem a liberdade que vocês têm aqui hoje. Graças às Forças Armadas é que estamos tendo a liberdade de hoje Carlos Alberto Augusto, ex-delegado e ex-agente do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em depoimento em setembro de 2013

 

Sergio Lima/Folhapress

A comissão não abriga ressentimento, ódio nem perdão. Ela só é o contrário do esquecimento Dilma Rousseff, presidente, durante cerimônia de instalação da Comissão Nacional da Verdade em 16 de maio de 2012

Arquivo CNV

Tilintar de chaves me incomoda até hoje Antonio Espinosa, ex-comandante da organização VAR-Palmares, em depoimento à CNV em 24 de janeiro de 2014

Divulgação/Comissão Nacional da Verdade

Se virem. Não colaboro com o inimigo José Conegundes, tenente do Exército, respondendo a convocação para depor, em bilhete endereçado à CNV em setembro de 2014

 

 

Reprodução/Comissão Nacional da Verdade

Na ditadura militar, a repressão e a eliminação de opositores políticos se converteram em politica de Estado, concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares Comissão Nacional da Verdade, em trecho do relatório final publicado em 10 de dezembro de 2014

Jorge Araújo/Folhapress

Todas essas pessoas são criminosas. Quem roubou banco, quem sequestrou, quem matou, para mim é criminoso Coronel Telhada, deputado estadual pelo PSDB de SP, falando sobre a resistência à ditadura em entrevista sobre o golpe de 1964, em 24 de março de 2014

Sérgio Lima/FolhaPress

 

Nós estávamos contra o comunismo para não se transformar o Brasil num enorme Cubão Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi em São Paulo, em depoimento à CNV em 10 de março de 2013

Eles me colocaram em um tambor de metal e me trancaram ali pelado. E soltaram o tambor de um morro, machuca muito, bate em pedra e tudo o que é coisaManoel Messias Guido Ribeiro, ex-soldado do Exército, em depoimento à CNV sobre treinamento para o combate à Guerrilha do Araguaia, em 17 de setembro de 2014

 

 

Edinaldo de Sousa/Folhapress

 

Eu realizava interrogatórios. Você não serve exatamente biscoitos lá Majo Curió, coronel reformado Sebastião Rodrigues de Moura, que comandou a repressão à Guerrilha do Araguaia, em 26 de abril de 2013

Divulgação/CNV

 

O Curió me obrigou a trabalhar para ele. Eu fui muito judiado, muito acabado, até hoje eu não sou ninguémAbel Honorato, ex-colaborador do Exército, em depoimento à CNV no qual admite ter sido torturado por militares durante a Guerrilha do Araguaia, em 17 de setembro de 2014

Marcelo Oliveira/ CNV

 

O que se passou comigo não foi nada comparado ao que outras pessoas passaram Fernando Henrique Cardoso, Ex-presidente, em depoimento à CNV em 26 de novembro de 2014

 

 

Fabrício Faria/CNV

Eles me vigiavam no cinema Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, em depoimento prestado à CNV no dia 8 de dezembro de 2014

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