O Paraná quebrou uma tradição de votar em deputados brancos e conservadores nestas eleições e elegeu para Câmara dos Deputados um rosto novo: Carol Dartora (PT), primeira mulher negra eleita para deputada federal no Paraná. Em 2020, Dartora havia sido também a primeira mulher negra eleita vereadora em Curitiba.
Segunda candidata do campo progressista com maior número de votos, Dartora foi eleita por 130.654 pessoas. Para ela, o eleitorado atendeu a um chamado: “A gente propôs uma nova cultura política, representatividade, e as pessoas abraçaram essa candidatura.”
Dartora também afirma que sua candidatura e eleição é uma resposta de luta e resistência do movimento negro e de mulheres. “Desde que saímos da escravidão a gente vem lutando pela inclusão da população negra na sociedade brasileira. E o estado do Paraná, infelizmente, ficou atrasado por ter um racismo institucional muito grande e por ter inviabilizado a população negra por muito tempo. Acredito que esse resultado é por causa dessa luta histórica, dessa trajetória, dessa resistência ancestral”, afirma.
Necessidade de avanço
A candidata eleita, que representará o eleitorado paranaense em Brasília, a partir de 2023, aponta que é o momento de levar pautas progressistas ao centro do poder do país.
“Este é o momento em que a classe trabalhadora (diversa, homens, mulheres, negros, pobres) sentiu necessidade de avanço, é preciso avançar em condições de vida, direitos básicos. A população paranaense entendeu essa necessidade e na nossa proposta essa condição, por isso essa votação que eu tive”, analisa.
Após terminada a campanha para sua eleição, Dartora afirma que irá continuar trabalhando para eleger Lula presidente no segundo turno (30 de outubro). Na avaliação da candidata eleita, o líder petista responde aos anseios da classe trabalhadora. “As pessoas não querem mais passar fome, as pessoas não aguentam mais estar desempregadas. O projeto do Partido dos Trabalhadores representa a superação de tudo isso”, diz Dartora.