Quilombolas que vivem perto da Serra do Curral temem ser afetados por mineração na região

Comunidade alega que não foi consultada sobre empreendimento da Tamisa. Mineradora nega que haverá impacto.

FONTEG1, por
Quilombolas que vivem perto da Serra do Curral temem exploração minerária — Foto: Quilombo Manzo/Divulgação

A ameaça da mineração na Serra do Curral não é só para as cidades do entorno. Moradores de uma comunidade quilombola denunciam que serão prejudicados. Eles afirmam que não foram sequer consultados nem pela Taquaril Mineração S.A (Tamisa) e nem pelo governo do estado sobre os impactos na comunidade local.

A mineradora recebeu aval do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para obter licenças que liberam empreendimento minerário na região.

Serra do Curral — Foto: Danilo Girundi/ TV Globo


“Estamos muito preocupados. Em momento algum fomos citados, tampouco convidados a participar. Foi um susto para a comunidade”, disse a líder comunitária do quilombo Manzo, Makota Kidoidale.

Os quilombolas temem que a vegetação e os córregos que usam em rituais culturais e religiosos sejam afetados. Eles estão a pouco mais de 2km da Serra do Curral.

A mineradora Tamisa afirma que não há previsão de impactos ambientais na área urbana de Belo Horizonte em geral, nem no bairro Santa Efigênia, onde fica o quilombo, na Região Leste da cidade.

O g1 também procurou o governo do estado sobre o assunto, mas não houve resposta.

O empreendimento

Área onde será instalado o Completo Minerário Serra do Taquaril, na Serra do Curral — Foto: Lucas Franco/TV Globo

O licenciamento para o complexo minerário foi aprovado na madrugada do último sábado (30), após mais de 18 horas de reunião. Oito conselheiros votaram a favor do empreendimento, e quatro votaram contra. Todos os representantes do governo estadual se posicionaram pela aprovação do projeto.  

O projeto está localizado em Nova Lima, nas proximidades da divisa com Belo Horizonte e Sabará.

O empreendimento será dividido em duas fases, que serão implantadas e operadas ao longo de 13 anos. O projeto prevê que serão lavrados e beneficiados aproximadamente 31 milhões de toneladas de minério de ferro, resultando em 24 milhões de toneladas de produtos.

Para a instalação do complexo, será necessário devastar 41,27 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica, dos quais quase seis hectares estão em áreas de preservação permanente.

A área total do empreendimento – Área Diretamente Afetada – é de 101,24 hectares.

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